Os ministros da Economia da América Latina expressaram no domingo (13) sua preocupação com a alta dos preços de alimentos e pediram ao Banco Mundial e ao FMI que busque saídas para o problema, que está gerando pressões inflacionárias e fome ao redor do mundo.
O fenômeno gerou violentos protestos no Haiti, o país mais pobre da região, que culminaram na demissão do primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis, no sábado.
O ministro da Economia da Argentina, Martín Lousteau, defendeu que o Banco Mundial ofereça novas linhas de financiamento e serviços de consultoria para ajudar os países a fazer frente ao problema de abastecimento, que afetam principalmente as camadas mais pobres da população.
"O banco tem um papel importante na hora de aprovar medidas de emergência e ajudar os países a aumentar a produção agrícola e a produtividade do setor", disse Lousteau em um comunicado, falando em nome da Argentina, do Chile, do Paraguai, do Peru e do Paraguai.
O aumento dos preços dos alimentos e da energia, a instabilidade econômica global e a reforma do sistema de cotas dos 185 países membros são os assuntos que dominaram a agenda dos encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que terminaram no domingo.
"Os altos preços da energia e dos alimentos parecem que chegaram para ficar", disse o ministro de Finanças guatemalteco, Juan Alberto Fuentes Knight.
"O Banco Mundial deveria oferecer um campo maior de produtos a seus países-clientes, para que administrem os riscos associados com o crescente aumento nos preços das commodities e com a volatilidade", acrescentou.
Knight falou em nome da Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Espanha e Venezuela.
Para o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, a prioridade, a longo prazo, seria desenvolver a agricultura, mas isso deveria ser equilibrado com a atenção à infra-estrutura e ao acesso à energia, que também são fundamentais para erradicar a fome e a pobreza.