13|09|2011
Recentemente, o Governo Federal estabeleceu a redução do índice de álcool anidro na gasolina de 25% para 20%, vigorarndo a partir de 1º de outubro e sendo válida por tempoindeterminado. A medida foi justificada como forma de assegurar o abastecimento à população, em razão da incerteza quanto à produção prevista nas safras decana-de-açúcar. Além disso, retém a possibilidade de variação de preços, geralmente ocasionada em cenários de crise ou escassez de álcool no mercado, já que o custo do anidro impacta diretamente no valor da gasolina comercializada.
Como providências paralelas, o governo informou que estimulará a produção, armazenamento e renovação da lavoura. Além disso, analisará as políticas de incentivo tributário e a oferta de crédito a juros reduzidos, assim como provisões de recursos para a Petrobras Biocombustíveis.
A discussão em torno da produção de etanol no Brasil é antiga. Mesmo sendo o segundo maior produtor e exportador desse tipo de energia no mundo, continua apresentando dificuldades quanto à sustentabilidade da operação, que a cada ano apresenta maior participação de mercado e demanda por importação. Fato este que reafirma o posicionamento do País como uns dos principais players do mercado mundial de energia.
Analisando todos os indicadores e as oportunidades apresentadas nesse cenário de incentivos e parafraseando Pero Vaz de Caminha, que já dizia: “…nesta terra, tudo que se planta dá…”, é difícil entender a complicação demonstrada pelo Governo Federal e os demais envolvidos com relação a esta questão. A cada dia, a população mundial e brasileira cresce, os consumidores de veículos multiplicam-se, há instabilidade de produção do petróleo devido a guerras e conflitos em nações produtoras. No tocante às usinas nucleares, sempre há o risco provocado por cataclismos e acidentes operacionais.
Diante de tudo isso, a demanda por energia já tende a um crescimento óbvio e considerável. Em paralelo, vemos o mundo todo pensando em atitudes sustentáveis e se preocupando com questões ambientais.Esse discurso está em tudo, quanto mais na produção de energia mais limpa e renovável, como o etanol e nossos biocombustíveis, para mover a economia mundial. Será que não percebemos o trunfo que temos em nossas mãos?
Felipe Gouvêa é coordenador do MBA Gestão de Serviços na Indústria Naval e Offshore da Trevisan Escola de Negócios – unidade Rio de Janeiro.