A empresa do setor de mídia Net ameaça deixar de oferecer o ponto adicional de TV por assinatura se a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidir que ele deve ser gratuito. *Vamos seguir com o que a agência determina, mas não instalamos o ponto extra de graça, porque o serviço é oneroso, tem custos de manutenção da rede interna, custo de licença de software e atendimento*, disse ontem o presidente da Net, José Felix, em teleconferência. *Se o ponto extra for de graça, a gente vai parar de oferecê-lo ou vai aumentar o preço de tudo.*
A Anatel tinha definido, em regulamento, que o ponto extra não teria mais mensalidade e que os clientes das empresas de TV paga poderiam contratar sua instalação de terceiros. Depois, a agência voltou atrás e deu outra interpretação ao regulamento. A Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) conseguiu uma liminar que suspendeu o artigo que acabava com a cobrança.
Felix informou que a polêmica sobre o ponto extra não teve impacto nas receitas da empresa. O executivo destacou o crescimento do serviço de telefonia nas operações da Net. Segundo ele, a empresa superou a marca de 1 milhão de usuários na primeira semana de julho. A Net fechou o primeiro semestre com 982 mil assinantes de telefonia, alta de 178% em 12 meses. No mesmo período, a base de TV por assinatura cresceu 18%, para 2,709 milhões de clientes. O número de usuários de banda larga subiu 61% em 12 meses, para 1,798 milhão de assinaturas ao fim de junho.