Nível de endividamento do paulistano permanece estável em junho

O nível de endividamento do paulistano manteve-se estável em junho, atingindo 49%, ante 50% visto em maio. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Em relação ao mesmo período de 2007, quando o indicador era de 62%, houve queda de 13 pontos percentuais. No que se refere ao nível de inadimplência – consumidores com contas em atraso – o índice ficou em 33%, uma pequena elevação de 2 pontos percentuais em relação a maio e queda de 8 pontos percentuais no contraponto ao mesmo período de 2007, quanto atingiu 41%. A PEIC é apurada mensalmente pela Fecomercio junto a cerca de 1.360 consumidores no município de São Paulo.

Segundo a pesquisa, há mais paulistanos com dívidas na faixa de rendimento de até 3 salários mínimos (57%). Já entre os consumidores que ganham de 3 a 10 salários, a porcentagem de endividados é de 53%, enquanto os que ganham acima de 10 salários mínimos, o índice é de 39%. Em relação à inadimplência, a PEIC também mostra que 49% das pessoas com renda até 3 salários mínimos estão com contas em atraso, contra 29% dos que ganham de 3 a 10 salários mínimos, e 19% entre os que possuem renda acima deste patamar.

O aumento no endividamento nos últimos meses ainda é reflexo da expansão de novos empréstimos e até mesmo da aquisição de crédito para quitar dívidas em atraso. O cenário de endividamento ainda permanece positivo para o consumidor, principalmente quando comparado com os níveis recordes como em novembro de 2006, quando atingiu 70%. É importante ressaltar que desde setembro de 2007, o endividamento vem apresentando quedas substanciais. A taxa de desocupação também vem apresentando redução desde setembro de 2007, correlacionado juntamente com o nível de endividamento da população. Com isso, a consistente expansão da massa real de rendimentos, principalmente da renda combinada com a maior eficiência das ferramentas de concessão e gestão de carteiras de crédito, tem impedido que o aumento do endividamento das famílias atinja elevados níveis de inadimplência.

Na análise do comprometimento da renda para o pagamento de dívidas, em maio o índice apresentou alta de um ponto percentual, ficando em 32%. A pesquisa mostra ainda que 67% dos consumidores pesquisados declararam a intenção de pagar total ou parcialmente suas dívidas em atraso, contra 71% em maio. Na segmentação por renda, observa-se que a intenção de pagamento é maior entre consumidores que ganham acima de 10 salários mínimos (80%), contra aqueles que com rendimentos entre 3 e 10 salários mínimos (77%), e pelos que recebem até 3 salários mínimos (54%).

Com relação ao prazo médio de comprometimento da renda, a maior incidência é no período de 3 meses a 1 ano (41%). O restante divide-se entre os períodos de até 3 meses (26%) e mais de 1 ano (32%).

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Tempo de atraso e motivos

Quando analisado o tempo de atraso das dívidas, constatou-se que para 34% dos consumidores o prazo é de 30 a 60 dias, enquanto que para 23% o período é de 30 dias. Já para 18% o atraso é de 60 a 90 dias e para os outros 25%, o tempo de atraso das dívidas são superiores a 90 dias. Quanto aos motivos para a inadimplência, a falta de controle financeiro foi apontado por 40% dos consumidores, seguido pelo desemprego (26%). O cartão de crédito continua sendo o grande vilão das dívidas, segundo 53% dos consumidores, seguido pelos carnês (20%). Quando indagado sobre qual tipo de despesa mais afetou suas dívidas atuais, 18% apontaram os gastos com alimentação, seguidos por eletrodomésticos e vestuários, empatados em 14%.

Análise segmentada por sexo e idade

No comparativo por sexo, as mulheres encontram-se mais endividadas que os homens (51% e 48% respectivamente). Quando o assunto é inadimplência, as mulheres também estão à frente dos homens (33% e 32% respectivamente). Já na análise segmentada por faixa etária, os consumidores com idade inferior a 35 anos apresentam-se mais endividados (52%), enquanto os com idade superior registraram 45%. Em relação à inadimplência é maior entre os consumidores menores de 35 anos (34%), contra os mais velhos (31%).

Nota Metodológica

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela Fecomercio desde fevereiro de 2004. Os dados são coletados junto a cerca de 1.360 consumidores no município de São Paulo. O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Das informações coletadas são apurados importantes indicadores: nível de endividamento, percentual de inadimplentes, intenção de pagar dívidas em atraso, nível de comprometimento da renda, prazo médio de endividamento, tempo de atraso das dívidas, motivo para atraso das dívidas, tipo de dívida mais freqüente e o tipo de despesa que mais afetou as dívidas atuais. Tais indicadores são observados considerando-se três faixas de rendas, duas faixas de idade, distinguindo-se entre homens e mulheres. A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.

Esta pesquisa integra a carta conjuntural da Fecomercio. Mais informações no site: www.fecomercio.com.br 

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