O Programa Mundial de Alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ontem milhões de dólares para lidar com a alta dos preços dos alimentos no mundo, que vem gerando protestos e agitações sociais em dezenas de países e resultou na proibição da exportação de alimentos em cerca de 40 países.
Josette Sheeran, diretora-executiva do programa, afirmou que a agência da ONU está enfrentando um aumento de 40% nos custos dos alimentos desde que preparou seu orçamento de US$ 3,1 bilhões para 2008. Com o orçamento a ONU oferece comida para refugiados e vítimas de desastres naturais. O programa geralmente ajuda entre 80 milhões e 90 milhões de pessoas por ano e é totalmente financiado por contribuições voluntárias.
O programa pediu um adicional de US$ 755 milhões para cobrir o aumento dos preços, mas recebeu até agora 63%, cerca de US$ 475 milhões.
Se os doadores não fornecerem os US$ 280 milhões restantes, "precisaremos abrir mão de alguns programas nas próximas semanas", alertou. "Então estamos em uma situação em que temos que fazer sérias escolhas", disse ela. "Estamos estudando onde está a maior vulnerabilidade e quais programas podemos manter até levantarmos o dinheiro que falta."
Sheeran acrescentou que os preços mais altos dos alimentos geraram pedidos de ajuda que totalizam US$ 418 milhões, incluindo US$ 77 milhões para ajudar a alimentar, "2,5 milhões de pessoas no Afeganistão que começaram a passar fome recentemente" e novos refugiados do Iraque, Síria e outros países.
Isso leva as necessidades do Programa Mundial de Alimentação da ONU para US$ 4,3 bilhões, mas até agora a agência recebeu apenas US$ 1 bilhão. As informações são das agências de notícias internacionais.