Orgânicos desidratados garantem sucesso de agricultores familiares

Nascido e criado no campo, o casal Norma Sueli Martins Siqueira, de 56 anos, e Eurípedes Almeida Costa, de 60, decidiu, há pouco mais de uma década, voltar às origens. Eles trocaram o escritório de advocacia e a imobiliária que tinham por uma área de dois hectares no Núcleo Rural Sobradinho dos Melos, no Paranoá (DF). “Encontramos a terra limpa e começamos a plantar um pomar e espécies do cerrado. Hoje, temos uma verdadeira agrofloresta”, conta orgulhosa a agricultora.

Com o apoio da Emater e do Sebrae no Distrito Federal, em 2004, o casal se iniciou na agricultura familiar, auxiliado também por um dos filhos, que é agrônomo e oferece suporte técnico. Fora isso, os agricultores fazem praticamente tudo a quatro mãos. “Quando precisamos, contratamos trabalhadores temporários”, explica Norma. Foi assim que surgiu, há cerca de oito anos, a Desifrut, empresa que produz e entrega, diretamente ao consumidor final, alimentos orgânicos desidratados. Certificada com três selos, o negócio oferece frutas – mamão, limão, laranja, jaca e banana –, vegetais – berinjela, abobrinha e tomate – e condimentos – manjericão, orégano, alho, salsa, cebolinha e coentro.

“Percebemos que os produtos in natura tinham um grande percentual de perda e, para fugir desse desperdício, encontramos os processos de desidratação, que é a conservação mais antiga da humanidade. Passamos a fazer cursos e a buscar suporte técnico para conhecer mais esses produtos. Vimos que eles tinham o mercado que procurávamos”, acrescenta a produtora rural. Por meio do Sebrae no DF, os agricultores participam, desde o início do empreendimento, de cursos, palestras, feiras, eventos e consultorias – tendo sido a mais recente sobre o redesign da marca. “Estamos com um rótulo lindo”, comemora Norma, que nos últimos anos esteve presente, como fornecedora, a eventos como Agrobrasília e Alimenta, entre muitos outros.

Atualmente, os produtos da Desifrut são comercializados no galpão da agricultura familiar na Ceasa, na Torre Digital e em diversas feiras do DF. Em algum tempo, deverão estar também disponíveis na internet. “Sabemos que esse é o futuro e estamos começando a negociar com um site especializado em venda de produtos naturais”, completa Norma, que já foi segunda colocada na edição do DF do Prêmio Mulher de Negócios, categoria Produtora Rural. “Nosso produto é pequeno e tem qualidade. Não queremos atropelar as coisas. Pretendemos crescer aos poucos em vendas pela internet e para os governos, mas sem dar passos maiores do que podemos”, completa.

Na receita de sucesso do casal, ela elenca trabalho, amor à terra, dedicação, estudo e boas parcerias, especialmente com o Sebrae no DF. “O Sebrae mudou a maneira de vermos nosso produto. Aprendemos sobre como chegar ao cliente e  atendê-lo melhor. Cursos, consultorias e outros treinamentos ampliaram nossa visão do que é produção, comércio, intercâmbio e gestão do negócio, o que foi primordial para nosso crescimento”, conclui Norma Sueli Martins Siqueira.

 

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