Apesar de ser o país mais populoso do mundo, a China possui um volume de cartões de crédito em circulação mais de duas vezes menor do que o do Brasil. Atualmente, estima-se que existam 40 milhões de cartões na terra das Olimpíadas, segundo divulgado pela TNS Finance, enquanto em solo brasileiro o número estimado até o final de julho é de 101,7 milhões de plásticos, segundo pesquisa da Itaucard.
Contudo, engana-se quem pensa que o mercado chinês ainda não assimilou o cartão. O crescimento econômico, o aumento dos salários, a urbanização e o desenvolvimento de um mercado organizado contribuíram para o incremento do número de plásticos em 37 milhões de unidades desde 2003.
Se, por um lado, o chinês já admite o uso do cartão de crédito como forma de pagamento, por outro, os consumidores ainda não valorizam as marcas, trocando facilmente uma bandeira por outra. De acordo com o, responsável pelo setor financeiro da TNS China, Zhang Hong, os cartões de crédito "verdes" podem representar uma maneira de fidelizar os clientes. "O conceito verde é um novo segmento que pode auxiliar as empresas a obter a lealdade de clientes".
Consumo consciente
Segundo o executivo, a conscientização e a compra de produtos que não agridem o meio ambiente são forte tendência entre os jovens consumidores chineses que residem em áreas urbanas. Além disso, "há um grande potencial que essa atitude se torne um novo símbolo de status", diz Hong.
Entre os entrevistados por uma pesquisa on-line da TNS, envolvendo a população adulta das maiores cidades da China, 76% estariam dispostos a pagar 10% a mais em produtos comuns que não causam danos ao meio ambiente, enquanto 68% concordariam em pagar 10% a mais em um combustível menos poluente.
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A pesquisa revela ainda que 71% declararam que pagariam 10% a mais por um automóvel ecológico e 69% disseram que aceitariam restrições ao uso de veículos, do ar-condicionado e de outros produtos de alto consumo de energia, mesmo que isso signifique desconforto.
Brasil
No Brasil, de acordo com pesquisa realizada pela organização não-governamental WWF em parceria com o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 50% da população tentam procurar por produtos que venham em embalagens recicláveis e respeitem critérios ambientais e sociais. Contudo, 31% dos consumidores ainda usam apenas o preço como critério na hora das compras.
Ainda segundo a pesquisa, grande parte dos consumidores procura dar preferência aos alimentos crus, orgânicos e produzidos na mesma região onde vivem do que aos congelados. Esse hábito é verificado, sobretudo, nas classes D e E, onde o percentual é de 61%.
Para o coordenador do Programa de Educação Ambiental do WWF Brasil, Irineu Tamaio, esse é um hábito importante para a saúde do planeta. "Um produto congelado tem um impacto maior na natureza, quanto mais lixo você produz, ou quanto mais energia você gastou para congelar aquele produto, naturalmente aquele produto terá um impacto maior", explicou.