Pão, leite, hortifrutigranjeiros, carnes e uma série de outros alimentos vêm sofrendo altas em todas as capitais, nos últimos meses. Entretanto, para as associações de consumidores que fazem parte do FNECDC (Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor) estas são altas muitas vezes injustificáveis, do ponto de vista climático ou da sazonalidade de produção.
De acordo com as entidades, os aumentos estão seguindo a lógica do mercado, pela qual as empresas ditam preços e acabam penalizando o consumidor. Diante disso, o FNECDC encaminhou, na última sexta-feira (9), uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando uma reavaliação do governo das políticas públicas que tratam da segurança alimentar em geral e dos preços em especial.
Sugestões
Na carta, as entidades sugerem que os setores empresariais do agronegócio sejam responsabilizados pela segurança alimentar e que o governo exerça firmemente a defesa da sociedade no controle dos preços e na regularidade do abastecimento. Segundo as associações, é necessário que o sistema de controle de preços, baseado nos estoques, seja substituído.
"Os estoques de arroz e feijão, por exemplo, são ínfimos e todo o aumento de preço acaba sendo ditado pelo objetivo de lucro e pela especulação de agentes empresariais", declarou o presidente do Fórum, Sezifredo Paulo Alves da Paz.
As entidades pediram ainda uma força-tarefa entre o Executivo e o Legislativo, a fim de desonerar a alta tributação de alimentos básicos e assim beneficiar o consumidor final, bem como maior análise e atenção ao programa brasileiro de biocombustíveis e maior equilíbrio entre exportação de commodities alimentares e abastecimento interno.