Pequenos negócios crescem ao fornecer produtos à cooperativa agrícola

Os primeiros resultados da parceria firmada entre o Sebrae e a Cocamar (uma das maiores cooperativas agrícolas do país) trouxe aumento de faturamento, elevação do nível de produtividade, redução dos custos fixos e variáveis, incremento da competitividade para as 51 pequenas empresas que atuam como fornecedoras de produtos e serviços à cooperativa agroindustrial. O projeto de encadeamento produtivo, iniciado em 2016, após o primeiro ano de operação (com capacitações, consultorias especializadas e ações de inovação e tecnologia), superou as metas estabelecidas previamente entre os parceiros. Também está promovendo o fortalecimento dos pequenos negócios que operam com a Cocamar em Maringá, na região  Noroeste do Paraná.

Os resultados já alcançados, conforme o Sebrae, confirmam a importância da estratégia de encadeamento produtivo desenvolvida com a Cocamar. “Os projetos de encadeamento produtivo fazem parte da estratégia do Sebrae de aumentar a competitividade dos pequenos negócios. Como fornecedores ou como distribuidores, a melhoria na gestão com o programa encadeamento produtivo eleva os níveis de competitividade não só dessas empresas, mas de toda a cadeia produtiva”, destaca a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes.

Em um ano de projeto, as 51 empresas conseguiram elevar a média geral de produtividade em 20%, superando a meta inicial, que era de 8%. Resultado semelhante foi alcançado no indicador de faturamento bruto das empresas envolvidas na ação, onde a meta também era de um crescimento de 8%, mas o resultado alcançou um crescimento médio de 19%.

O indicador mais expressivo, entretanto, foi o obtido na área de competitividade. Esse indicador é elaborado a partir da metodologia do Modelo de Excelência da Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade e utilizado pelo Sebrae para acompanhar o desempenho da qualidade da gestão e da competitividade dos pequenos negócios. O crescimento médio geral da competitividade entre as 51 pequenas empresas participantes foi de 92%, superando em mais de 10 vezes a meta original.

Para a gerente de Tecnologia da Informação e Gestão da Cocamar, Paula Rebelo, a expectativa é que o progresso experimentado pelas empresas não se encerre com a inciativa. “Com um ano do projeto, com certeza, já podemos ver os resultados, como algumas empresas apresentando visíveis melhoras em gestão e maior comprometimento enquanto fornecedores. Esperamos que, ao final dessa ação, as empresas tenham melhorado em competitividade e gestão e que a busca por melhorias não termine aí, mas que esse seja o início de desenvolvimento e empreendedorismo como forma de estratégia das empresas”, ressalta.

Casos de sucesso

João Carlos Luz é sócio de uma das 51 empresas que participam do projeto de encadeamento. A StationSoft desenvolveu uma aplicação para o Sistema de Gestão da Cocamar que propiciou maior agilidade no registro de tarefas, mais facilidade no acesso às informações, entre outros ganhos. Para a própria empresa, o projeto de encadeamento trouxe um ganho de produtividade entre 10% e 20%. “A troca de experiência com outras empresas, o treinamento e a consultoria de processo viabilizada pelo Sebrae permitiram o ajuste e a adaptação dos nossos processos internos. Nossos planos agora são novos mercados e expandir a atuação da empresa”, destaca.

William Moura, proprietário da WTech, está há cinco anos no mercado. Engenheiro por formação, William era representante de uma multinacional do segmento de maquinário industrial quando viu uma oportunidade de abrir um pequeno negócio. Com atuação em cidades como Londrina, Cascavel e Maringá, a WTech enfrenta um mercado bastante competitivo na área de gestão de vendas e automação industrial. Ele enxergou uma grande oportunidade quando foi convidado pela Cocamar para participar do projeto de encadeamento. “Participamos de oficinas, cursos e treinamentos, onde pude envolver toda a nossa equipe. Além disso, tivemos o acompanhamento de uma consultora dentro da própria empresa. O resultado é que já tivemos um crescimento de 52% no faturamento”, destaca.

“Agora, cada pessoa da empresa tem metas individuais e sabe exatamente o seu papel na organização. Temos relatórios individualizados para cada cliente e, na contramão da crise, aumentamos a nossa produtividade e o nosso resultado financeiro”, comenta William Moura. A expectativa a partir do projeto de encadeamento é continuar crescendo. “Nossa meta para esse ano é crescermos 60%”, prevê.

NÚMEROS DO PROJETO DE ENCADEAMENTO

Perfil das empresas:

Comércio (4) – 7,84%

Comércio e Serviços (7) – 13,73%

Indústria (3) – 5,88%

Serviços (37) – 72,55%
Indicadores:

1)Amento de Faturamento – Meta 8%

Resultado em dezembro de 2016 – 19,47%

 

2)Não Conformidade – redução de 10%

Resultado em dezembro de 2016 – (-) 14,70%

 

3)Variação de produtividade – Meta 8%

Resultado em dezembro de 2016 – crescimento de 19,96%

 

4)Redução dos custos Gerais (fixos e variáveis) – Meta 7%

Resultado em 2016 – custo fixo (- 8,68%) /// Custos variável (-10,65%)

 

5)Índice de Competitividade

Desempenho – Meta 8%

Resultado – 91,56%

 

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