A participação das marcas próprias nas vendas do setor supermercadista está em ritmo de crescimento acelerado desde 2005, quando a importância sobre vendas foi de 4,7%. No ano seguinte, a taxa foi de 5,5%. Já em 2007, foi de 7%, de acordo com o ranking Abras/ Nielsen 2008, divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados na última quarta-feira (23).
A pesquisa foi realizada com 149 empresas, que correspondem a 41,66% do setor. A presidente da Abmapro (Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização), Neide Montesano, explica que o crescimento de 27,2%, entre 2006 e 2007, mostra que as marcas próprias estão ganhando consistência. "A expansão foi muito superior ao crescimento das vendas do setor como um todo", comemora.
Segundo ela, a evolução de um ponto percentual supera a própria expectativa da entidade. "É uma grande ferramenta de fidelização", diz. "Mais por conta da qualidade do que do preço. O supermercado passa uma imagem ao consumidor e fomenta sua reputação, na medida em que é percebida a qualidade do produto".
Pequenos supermercados
Antes, a marca própria, que exige um volume alto de investimentos, era possível somente para as grandes redes. Hoje, pequenos e médios supermercados estão se unindo em centrais de compras, para ampliar seu poder de fogo, e também estão apostando em produtos que levam sua marca.
"Para ter uma marca própria, é necessário justificar o projeto com um volume alto de mercadorias. Caso contrário, não vale a pena, por conta do custo. Felizmente, por meio do associativismo, é possível ampliar o poder de compra", revela a presidente da Abmapro.
"A marca própria constitui um movimento forte na Europa. O consumidor europeu vai atrás justamente da economia na cesta básica. Mas, além do preço mais em conta, ele percebe que pode confiar naqueles produtos".
Ela afirma que a expectativa da associação para 2008 é de continuação do crescimento, porém com uma diferença: "as marcas vêm sendo repensadas de forma a privilegiar a sustentabilidade".