PIB do agronegócio em 2007 bate recorde, com crescimento de 7,89%

O agronegócio fechou 2007 com um produto interno bruto (PIB) recorde de R$ 611,8 bilhões, apurado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-SP). O valor representa um crescimento de 7,89% em relação a 2006.

Ao apresentar os dados na tarde de ontem (19), o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta Ferreira, afirmou que foi recuperada a perda dos últimos dois anos e que com esse faturamento, o agronegócio representou 23,07% da economia brasileira em 2007, contra 22,40% em 2006. Foi a primeira vez que a participação do setor no PIB do país subiu desde o início do governo Lula. A porcentagem era de 25,71% em 2003 e foi caindo até 22,40%.

“De certa forma, o resultado superou as nossas expectativas. Passamos praticamente o ano inteiro fazendo previsões lineares sempre em torno de 5% a 5,5%. E fomos surpreendidos com o crescimento dos últimos dois meses", informou.

As razões para o crescimento, acrescentou, estão ligadas a dois fatores básicos: a quantidade produzida e o preço pago ao produtor. A safra foi recorde, atingindo 131,5 milhões de toneladas de grãos. E o preço pago aos produtores melhorou em função de um cenário internacional mais favorável para as principais commodities (produtos agrícolas e minerais negociados em bolsas).

O bom desempenho foi alavancado principalmente pelo segmento primário – as chamadas atividades dentro da porteira das fazendas – e pelos insumos agrícolas, que registraram crescimento superior a 12% em relação ao ano passado.

O menor índice de crescimento coube à agroindústria, com 4,35%, principalmente por causa da queda nos preços dos produtos do ramo açucareiro, informaram os técnicos da CNA.

Para este ano, a expectativa também é de crescimento e, segundo Cotta, "já temos a previsão de uma safra recorde de 139,3 milhões de toneladas". Ele destacou que se for considerado um cenário de preços pelo menos igual ao do ano passado, a estimativa é de crescimento de pelo menos 5,8% para o PIB da agropecuária.

Esse percentual, no entanto, destacou, não significa necessariamente mais dinheiro no bolso do produtor: “Apresentamos números de crescimento recorde, mas não de renda, que é o que importa neste momento de renegociação de dívidas. O PIB não leva em conta, entre outros fatores, o aumento nos custos de produção, que foram exorbitantes em 2007.”

Os custos de produção em 2006, segundo ele, levaram a uma rentabilidade negativa de 6% para o produtor. O resultado do ano passado ainda não foi apurado.

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