Planejamento torna pequena propriedade rentável e produtiva

Programa da Aurora Coop em parceria com o Sebrae transformou a trajetória de Antônio Maldaner, de Pinhalzinho (SC)

“Passamos por grandes dificuldades, mas em nenhum momento pensamos em desistir. Nossa insistência em buscar parcerias para ingressar nas atividades de avicultura e suinocultura nos fortaleceu para chegarmos até aqui. O sucesso é nosso, mas o mérito também é do Sebrae e das cooperativas que na retaguarda nos ajudam”, analisa o empresário rural Antônio José Maldaner (foto em destaque), que é beneficiado pelo Programa Encadeamento Produtivo Aurora Coop e Sebrae desde 2000. Essa iniciativa contribui para o aprimoramento da gestão nas empresas rurais, melhoria da qualidade de vida no campo e inserção dos produtos no mercado interno e externo.

A trajetória empreendedora de Maldaner, hoje com 58 anos, começou em 1988. Ano em que casou com Ivanir, atualmente com 55 anos de idade. Na época, com o auxílio de seu pai e de seu sogro adquiriu a propriedade de 10,5 hectares, na Linha Salete, em Pinhalzinho, interior de Santa Catarina. “Nós dois sempre fomos agricultores, então, quando casamos resolvemos trabalhar com lavoura, mas tivemos dificuldade porque o terreno é acidentado. Foram muitos desafios, a propriedade não tinha muito futuro naquela época. Por isso, optamos por migrar para a bovinocultura leiteira – atividade realizada até 2016 – e investir em capacitações para tornar nossa propriedade mais rentável e produtiva”, relembra.

Maldaner participou de diferentes treinamentos disponibilizados pelo Encadeamento Produtivo Aurora Coop e Sebrae, a exemplo do De Olho, Qualidade Total Rural (QT), Pastoreio Voisin e Times de Excelência. “Todo esse trabalho desenvolvido pelo programa proporcionou a mudança de pensamento, vida, hábitos e, principalmente, a visão do dia a dia na atividade. Isso foi possível graças as palestras, cursos, treinamentos, trabalhos práticos, informações e incentivo para que realizássemos o planejamento de investimento, da atividade e dos momentos de lazer da família”.

Segundo o empresário rural, o Encadeamento Produtivo auxiliou na gestão da propriedade, na compreensão dos processos da contabilidade, a mostrar a importância dos registros e de como utilizar as planilhas para visualizar o negócio. “Aprendemos de fato sobre os custos de produção, as despesas e as receitas. Começamos a planejar nossa atividade rural. A visão mudou com a consciência de que dificuldades sempre existirão, mas quando se tem uma propriedade organizada é mais fácil de enfrentá-las”, analisa.

Investimentos
Na propriedade foram construídos dois aviários, um com capacidade de alojar 21 mil aves e outro para 17 mil animais. A pocilga pode alojar 1,2 mil suínos para terminação. Atualmente a empresa rural é associada da Cooperitaipu. Também moram na propriedade o filho e veterinário Maicon e sua esposa Viviane, que é enfermeira. Maicon será o sucessor da empresa rural e concilia esse legado com o atendimento para terceiros na área da nutrição e reprodução de bovinos de leite.

Outra atividade da propriedade da Família Maldaner é a produção de pré-secado com aproximadamente 300 bolas por ano, de 750 a 800 quilos cada uma. Esse material é utilizado de maneira cooperada na propriedade do filho e técnico agrícola Márcio e de sua esposa e zootecnista Fabiana, que trabalham com a bovinocultura leiteira.

Em 2022, dentro de um planejamento, a família optou por climatizar os barracões dos aviários. “Tivemos um custo razoavelmente elevado, mas que reduziu para nós no dia a dia cerca de 40% da mão de obra. Como nosso trabalho é todo familiar, com a ampliação da capacidade de alojamentos dos animais na avicultura e suinocultura, precisaríamos contratar funcionários. Então, a decisão de climatizar evitou essa necessidade de ampliar o número de trabalhadores e ainda nos proporcionou um pouco mais de tempo”, explica.

Além do planejamento financeiro para os investimentos em estruturas e equipamentos, segundo Maldaner, os treinamentos transmitiram conhecimentos e orientações para organização das atividades da família. Exemplos disso são o rodízio das funções e previsão de reserva de recursos para viagens de férias. “Até então achávamos que era impossível um produtor rural, de uma pequena propriedade, conseguir isso. Primeiro porque não tinha receita destinada e depois porque achávamos improvável suspender as atividades temporariamente. O que fizemos? Determinamos um valor no orçamento anual para as despesas com viagens. No ano passado eu e a esposa fomos para a Alemanha, mas também em viagens anteriores já conhecemos várias regiões brasileiras”, relata.

Impacto
O empreendedor rural recorda que todo o valor custeado na época para a compra da propriedade foi devolvido para que de maneira cooperada o pai e o sogro pudessem comprar outras áreas para os irmãos e cunhados. “Hoje temos uma empresa rural bem-sucedida, mas nada veio de doação, tudo foi uma conquista. Com nossa determinação conseguimos chegar onde chegamos”, reforça.

Para Maldaner, o Sebrae foi um grande parceiro do planejamento da produção até o ciclo final das atividades. “Temos uma história de sucesso, que é mérito da nossa gestão da empresa rural, mas somos gratos também aquelas pessoas que nos rodearam e sempre estiveram do nosso lado quando precisamos”, finaliza.

Sobre o Programa Encadeamento Produtivo
O Programa oportuniza conhecimentos e técnicas para melhorar a organização do empreendimento, na avaliação de oportunidades e na inserção de inovações. Também oferece informações necessárias para o produtor realizar as análises, avaliar os problemas e identificar as oportunidades de melhorias. A iniciativa é desenvolvida com produtores rurais vinculados à Aurora Coop e suas cooperativas filiadas.

A iniciativa é do Sebrae com o apoio de vários parceiros. Em Santa Catarina com a Aurora Coop, Senar, Sescoop, Sicoob, Cooperalfa, Itaipu, Auriverde, Coolacer, Copérdia, Caslo, Cooper A1, Copercampos e Coopervil. No Rio Grande do Sul, conta com a parceria do Sebrae, Sicredi, Cooperalfa, Cooper A1, Copercampos e Copérdia. No Paraná participam o Sebrae, a Cooperalfa, a Copérdia e a Cocari e, no Mato Grosso do Sul, Sebrae, Cooasgo e Cooperalfa.

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