O governo deve anunciar na próxima segunda-feira, 12, uma nova política industrial para o País, que deve abranger 24 setores da economia. De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, para atingir quatro "macrometas", serão adotadas medidas de desoneração de impostos, incentivo de crédito e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), desburocratização e eliminação de entraves à exportação e à concorrência internas, além de incentivo a investimentos em certificação, metrologia e capacitação empresarial.
A nova política industrial, que recebeu o nome de Política de Desenvolvimento Produtivo para o País, terá por objetivo cumprir quatro macrometas. São elas: elevação do investimento direto na economia para 21% do PIB em 2011; ampliação da participação das exportações brasileiras no comércio mundial de 1,17% em 2007 para 1,5% em 2011; aumento de 10% no número de micro e pequenas empresas exportadoras; e estímulo à inovação no setor industrial com medidas para elevar os investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento de 0,51% do PIB, em 2006, para 0,65% do PIB em 2010.
As medidas para se chegar a essas metas serão divulgadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio, na segunda-feira. A solenidade de lançamento do plano ocorre às 10 horas, na sede do BNDES. O Palácio do Planalto convidou para a solenidade os 27 governadores, parlamentares e empresários.
@@@
"Caixinha"
De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, além dos 24 setores, o plano terá ainda o que ele chamou de "caixinha", na qual estarão incluídas outras áreas da indústria. "Não consideramos que deveríamos escolher quais seriam os vendedores e quais seriam os perdedores. Isso não é papel do governo", afirmou ao AE Broadcast Ao Vivo.
Na avaliação do ministro, o papel do governo é induzir o desenvolvimento. "Não podemos deixar isso na mão do mercado. O mercado não é perfeito, é imperfeito. O governo também não é perfeito, mas tem grande possibilidade de alavancar políticas de desenvolvimento", admitiu. Um exemplo disso, segundo o ministro, é o governo usar sua capacidade de compra, que hoje é dispersa.
Para citar um exemplo concreto, o ministro contou que em paralelo às discussões da Política de Desenvolvimento Produtivo, o governo conversou com diversas empresas. E, sabendo do interesse do governo em usar seu poder de compra, a General Electric fabricou e vai entregar na semana que vem a primeira locomotiva pesada feita no Brasil em 40 anos.
@@@
"Por que não comprarmos determinados equipamentos fabricados no Brasil, mesmo que haja grande parte de material importado? Por que não atrair fabricantes para produzir aqui e tornar o País uma plataforma exportadora?", provocou.
Dólar
Miguel Jorge afirmou ainda que o novo plano para a indústria irá estimular as exportações. "Certamente não compensará essa valorização do real, que tem muito mais a ver com o enfraquecimento do dólar no mundo todo. Mas acredito que podemos dar alguma vantagem ao exportador", declarou.