Preço dos alimentos volta a preocupar

Eles foram os grandes responsáveis pela aceleração da inflação no ano passado e agora voltam a preocupar o governo. De acordo com avaliações do Ministério da Fazenda, a entressafra na produção de grãos, carne bovina, cereais e etanol deve produzir um "soluço" nos preços desses produtos até dezembro.

As altas de preços deverão ser menores que as ocorridas no segundo semestre de 2010, quando, em casos como o do milho, atingiram picos históricos. Ainda assim, preocupam o governo as recentes quebras de safra, sobretudo na produção de trigo e milho de inverno, provocadas por questões climáticas.

Para piorar, o governo constatou que está em curso um processo de recuperação de preços de alguns alimentos. Milho, trigo, carnes e etanol estariam nessa situação. Técnicos dos ministérios da Fazenda e da Agricultura preveem um cenário apertado, mas não acreditam numa piora em relação ao que já vem ocorrendo. Já produtos como hortaliças, frutas e feijão, que também pesam no bolso do consumidor brasileiro, podem sofrer pressões de alta por razões climáticas.

Ainda há outro agravante, relacionado à taxa de câmbio, que, nos últimos dias, vem mostrando depreciação. Os principais insumos da produção agrícola são cotados em dólar. Com a valorização da moeda americana frente ao real, os preços desses produtos vêm tendo reajustes significativos, de acordo com informações colhidas pelo governo.

Freio

Um freio nos preços dos alimentos depende, basicamente, da confirmação do cenário de crise mundial, e de seus efeitos sobre o Brasil, previsto pelo Banco Central. É, sem dúvida, um cenário possível, mas ainda não concretizado. O que se vê no mercado doméstico, por enquanto, é uma economia que exibe alguns sinais de desaceleração (produção industrial) e outros de aquecimento (consumo das famílias e investimentos).
 

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