O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou mais uma vez a posição conquistada pelo Brasil, de grau de investimento, concedida pela agência internacional de classificação de risco de crédito Standard & Poor’s. Ele disse, porém, que fica "abismado" com os cálculos feitos por essas agências, na avaliação de riscos de outros países, como os Estados Unidos.
"Eu fico abismado de ver que o risco americano é zero. Estão numa crise desgraçada e não têm risco, aumenta o risco no Brasil, aumenta o risco na Rússia e os americanos estão entupidos de dívida até aqui – apontando para o pescoço – e o risco é zero. É uma inversão das empresas que medem esse risco, na minha opinião", disse o presidente, no discurso de improviso de cerca de 30 minutos na cerimônia de lançamento simbólico das obras do gasoduto Cacimbas-Catu, terceiro e último trecho do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste).
Lula voltou a dizer que o Brasil vive hoje um momento de magia e afirmou que "nunca trabalhou com a idéia que o Brasil poderia crescer 10% ou 15% ao ano. Segundo ele o País já cresceu isso na década de 1970 e que a idéia, agora, é de que possa crescer 5%, 5,5% e 6%. "Mas que cresça por longo período, porque nós vamos construir uma base sólida de um país industrializado para que não retroceda quando acontecer uma crise asiática", afirmou.
O presidente defendeu que instituições como a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não pensem só em lucro próprio, mas que sejam capazes de repassar os benefícios para a população. "A Petrobras não pode pensar só no custo-benefício para a empresa. A Petrobras é a menina de ouro dos nossos olhos. Mas ela não tem que pensar no lucro que tem, mas no benefício que vai criar no País. Se não for assim a gente não vai desenvolver", afirmou, dirigindo-se ao presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, que participou da cerimônia.