A produção industrial caiu 3,1% no Japão em março, após ajuste de fatores sazonais, a maior queda desde janeiro de 2001, informou o Ministério da Economia, Comércio e Indústria. A queda superou a estimativa dos economistas que esperavam retração de 0,7% da produção e reflete desaceleração nas exportações de automóveis e outros produtos para os EUA.
O governo informou ainda que os gastos dos consumidores, ajustados à inflação, caíram 1,6% em março em comparação ao mesmo período do ano passado, a maior queda em 15 meses. Economistas esperavam elevação de 0,1% nos gastos. Os consumidores assalariados, considerados fundamentais para o consumo, gastaram 0,2% menos em março em relação a março do ano passado.
A taxa de desemprego caiu para 3,8% em março, de 3,9% em fevereiro.
"De modo geral, os números sugerem que as condições econômicas no Japão podem piorar mais adiante, com crescente risco de uma recessão", disse o economista-sênior do Dai-Ichi Life Research Institute, Toshihiro Nagahama.
A ampla queda na produção industrial confirma os temores de que uma desaceleração nos EUA, que já pesa nas exportações japonesas, poderá atingir toda a economia do Japão, afirmou o economista do Mizuho Research Institute, Tomoyuki Ohta.
Os dados da produção revelam ainda que a retração na demanda é superior ao previsto pelas companhias. Os embarques caíram 3,9% em março, enquanto os estoques subiram 0,2%. A relação entre estoques e embarques subiu para 6,7%, a maior alta desde novembro de 2003.
A produção de equipamentos de transporte, que inclui automóveis, caiu 6,8% em março. E embora a demanda por equipamentos e peças eletrônicas tenha subido 2% em março, em virtude de aumento de demanda da Ásia e Europa, as autoridades observaram expressiva retração na demanda dos EUA.
O governo informou também que o número de construções iniciadas voltou a recuar em março, em 15,6% em comparação ao ano passado, para 83.991 unidades. A previsão era de queda de 6,8%.