Hoje, nos principais mercados internacionais, mais de 500 produtos de consumo já incorporam algum tipo de benefício nano, utilizando nanopartículas, nanotubos, nanoesferas, matérias-primas nanoestruturadas ou um nanocompósito. Em 2007, o mercado de produtos "nano" movimentou mais de US$ 88 bilhões, somente nos Estados Unidos.
Projeções para 2014 indicam que o mercado mundial dos produtos com algum tipo de nanotecnologia incorporado atingirá US$ 2,6 trilhões, cerca de 15% do mercado global.
No Brasil, segundo dados do Ministério de Ciência e Tecnologia, calcula-se que houve investimento de apenas R$ 150 milhões nos últimos quatro anos em nanotecnologia, por meio de fundos setoriais, de subvenção econômica (aplicação de recursos públicos não-reembolsáveis em empresas), editais e do Programa Nacional de Nanotecnologia.
Isso só reduz a capacidade das indústrias brasileiras de competir com os produtos desenvolvidos por empresas de outros países. E mais: o País investe apenas 1% em P&D (pesquisa e desenvolvimento), estando muito aquém da média dos investimentos nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que é de 2,24%.
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O que é nanotecnologia?
A nanotecnologia possibilita amplos avanços em vários setores. A integração entre o setor industrial e os centros de pesquisas visa estimular o setor privado a dar suporte a pesquisas pouco divulgadas, que trazem inovações tecnológicas e revolucionárias, que poderão ser inteiramente aproveitadas no ambiente dos negócios.
A tecnologia já é aplicada no setor têxtil com sucesso, sendo utilizada em lençóis, uniformes hospitalares, aventais, luvas, meias, roupas íntimas e esportivas. Por sua vez, no setor de máquinas e equipamentos, empresas brasileiras já vêm desenvolvendo produtos com cobertura de nanopartículas, que aumentam a qualidade e a durabilidade das ferramentas, e estão produzindo também equipamentos para modelar materiais fabricados com o uso da nanotecnologia.
O professor da Unicamp ( Universidade Estadual de Campinas), Fernando Galembeck, por exemplo, desenvolveu uma embalagem que aumenta a conservação de alimentos e bebidas. Vale citar também as nanofibras de celulose extraída de diferentes variedades de plantas e frutas – como o açaí -, com resistência próxima à do aço, para aplicações industriais, desenvolvidas pelo Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio da Embrapa, em São Carlos.
No setor petroquímico, um importante case brasileiro é a empresa Quattor Petroquímica, a antiga Suzana Petroquímica, que lançou um polipropileno nanoestruturado com prata, o que garante um poder antimicrobiano.
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Nanotec 2008
Em novembro deste ano, será realizada Nanotec 2008 – 4ª Feira e Congresso Internacional de Nanotecnologia, maior evento de nanobusiness (business to business) da América Latina, que congrega as comunidades científicas e industriais.
É esperado um público de 5 mil a 7 mil visitantes, entre representantes da indústria brasileira e da América Latina, dentre os quais estão mais de 500 participantes do Congresso. As três edições anteriores foram prestigiadas por mais de 10 mil pessoas, entre empresários, pesquisadores, representantes acadêmicos, governamentais, de entidades de classe e da mídia nacional.
Desta vez, a feira será no Centro de Eventos Imigrantes. Serão apresentadas as oportunidades que a nanotecnologia pode oferecer aos empresários, as estratégias que podem ser adotadas para ampliar a capacidade competitiva frente ao mercado nacional e internacional e o que está disponível em termos de revolução tecnológica em nano no Brasil e no mundo.