Se for aprovado o projeto enviado pelo governador de São Paulo, José Serra, à Assembléia Legislativa, que pretende banir o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou qualquer outro produto fumígeno em bares e restaurantes, as empresas do ramo serão prejudicadas, na opinião de 48% dos paulistas. Além disso, mais de 20% dos entrevistados afirmam que irão parar de freqüentar tais lugares.
A constatação integra os resultados da pesquisa de opinião encomendada pela Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo) ao Instituto Vox Populi.
A conclusão é de que a maioria dos cidadãos (85,2%) concordam com a idéia de criar ou manter áreas específicas para fumantes em bares, restaurantes e boates, de forma a resguardar os direitos dos não-fumantes.
O que pensa a população
Para 79,8% das pessoas, os direitos de um cidadão que fuma devem ser respeitados assim como os de quem não fuma. Mais da metade (58,4%) ainda acredita que o projeto de lei do governador de SP restringe os direitos das pessoas de fazer suas próprias escolhas. Outros 80,1% acreditam que o fato de proibir o fumo em lugares públicos não vai levar ninguém a parar de fumar.
"A população, independentemente de fumar ou não, quer ter seu livre arbítrio respeitado. Não somos a favor do fumo, mas do respeito às liberdades individuais. Instruiremos a população sobre os malefícios do tabagismo em nossos estabelecimentos", comentou o presidente da Abresi, Nelson de Abreu Pinto, a respeito dos resultados da pesquisa.
A pesquisa ouviu 1.010 pessoas, maiores de 18 anos, que freqüentam bares, restaurantes, boates, motéis e hotéis, entre os dias 4 e 10 de outubro deste ano, em 64 municípios do estado de São Paulo.
Sobre o projeto
Segundo o projeto, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou qualquer outro produto fumígeno não será permitido em bares, restaurantes e hotéis, bem como em ambientes de trabalho, estudo, culto religioso, lazer, esporte e entretenimento.
Além desses espaços, nas áreas comuns de condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, pousadas, museus, bibliotecas e espaços de exposições, o fumo será proibido, assim como em centros comerciais, bancos, supermercados, açougues, padarias, farmácias, drogarias, repartições públicas, instituições de saúde, escolas, veículos de transporte coletivo, viaturas oficiais e táxis.
Em todos os locais, deverão ser fixados avisos sobre a proibição, além dos telefones e endereços dos órgãos de vigilância sanitária e de defesa do consumidor. Os responsáveis pelos estabelecimentos deverão advertir os infratores e, na insistência das pessoas, pedir para que saiam do local, chamando até mesmo a polícia, se necessário.