Projeto sobre palma ganha destaque internacional

Técnica de cultivo será apresentada em congresso na Argentina

A produção da palma forrageira em Sergipe tem apresentado resultados tão satisfatórios que frequentemente desperta a atenção de pesquisadores internacionais. Depois de expor o modelo de cultivo na Argentina, Marrocos e Argélia, o consultor do Sebrae em Sergipe, Paulo Suassuna, mais uma vez foi convidado por cientistas do país sul-americano a ministrar palestra e conhecer os resultados obtidos por produtores daquele país que utilizam a tecnologia brasileira em suas propriedades.

A participação do consultor será durante a III Reunión Internacional de Aprovechamiento Integral de la tuna, que será realizada entre os dias 16 e 18 de setembro na cidade de Santiago Del Estero. A palma é um produto que apresenta grande resistência a períodos de estiagem prolongada e é rico em água e vitamina A, o que garante suprimento aos rebanhos nos períodos de seca. Ela também pode ser utilizada na alimentação humana, na medicina e indústria, por meio da fabricação de cosméticos, adesivos e corantes.

Denominado Palma para Sergipe, o projeto foi desenvolvido pelo Sebrae em Sergipe e é executado pelo consultor no estado desde 2007. Obedecendo a um modelo de produção específico, os produtores rurais recebem instruções sobre a forma correta de promover o plantio da palma nos chamados Núcleos de Tecnologia Social (NTS) e repassam as informações para os demais integrantes das associações a que estão vinculados.

Por meio da técnica, o produto é colhido até duas vezes por ano. Outra vantagem é que a área utilizada para o cultivo pode ser ocupada por até 20 anos, o que resulta em índices de produtividade que variam entre 350 a 700 toneladas por hectare, cerca de dez vezes mais que o obtido no processo tradicional. O modelo de produção já garantiu o plantio de mais de dois milhões de palmas em solo sergipano.

Com o apoio da Fundação Banco do Brasil, núcleos foram instalados em diversos municípios do interior, beneficiando quase 700 produtores. Além das aulas sobre o plantio, eles também receberam capacitações sobre culinária e elaboração de cosméticos, sempre utilizando a planta como matéria prima.

“Os produtores rurais envolvidos no processo obtiveram receita com a venda da palma para os criadores que não se prepararam para os momentos de seca e de semente para novos plantios. Dessa forma, eles conseguiram aumentar os rebanhos e venceram sem maiores preocupações os anos de estiagem, sobretudo o de 2012, tido como o mais avassalador dos últimos 60 anos em Sergipe”, explica Paulo Suassuna.

Mais beneficiados

Por conta do sucesso da iniciativa, o Sebrae deu início em janeiro deste ano ao projeto Palma Doce Sergipana, que tem como meta implantar 58 Núcleos de Tecnologia Social em 31 municípios. A proposta será desenvolvida até dezembro de 2016 e deverá oferecer mais de 15 mil horas de capacitações aos produtores e o cultivo de mais de 15 mil toneladas de palma, destinadas ao consumo animal e produção de sementes.

“É uma proposta que já está trazendo bons resultados. Nos municípios onde já estamos instalando os núcleos temos percebido o quanto a palma está contribuindo para transformar o cenário das propriedades, propiciando uma nova alternativa de renda para muitas famílias”, explica Antônio Cardoso Lisboa, gestor do projeto e analista do Sebrae em Sergipe.

Os resultados do Palma Doce Sergipan’ deverão ser apresentados em um seminário ainda este ano na Mauritânia, como uma alternativa de desenvolvimento sustentável para aquela região.

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