Projeto visa estimular comércio entre MPEs do Brasil e do Peru

O projeto "Mercado de Fronteira Brasil-Peru" tem a meta de promover o comércio na fronteira entre os dois países da América Latina e estimular a cultura de internacionalização em micro e pequenas empresas dessas regiões, bem como o desenvolvimento econômico dos dois lados da fronteira.

Ele foi desenvolvido em formato piloto por meio de parceria entre o Sebrae Nacional, governos, Federações do Comércio e da Indústria dos estados e unidades estaduais do Sebrae no Acre, Rondônia e Mato Grosso.

Uma das idéias é incentivar a participação de empreendedores em feiras e rodadas de negócios. O projeto ainda tem como mote a construção da Rodovia Transpacífico, obra com extensão de 1.500 quilômetros, realizada em parceria pelos governos brasileiro e peruano, com previsão de conclusão até 2010.

A Transpacífico ligará o Acre a portos como os de Ilu e Mataraño, no Pacífico peruano. Embora o Acre seja o único dos três estados participantes do projeto a fazer fronteira com o Peru, a iniciativa também integra Mato Grosso e Rondônia ao corredor de exportação.

Ação junto às MPEs de áreas fronteiriças

Em um primeiro momento, o projeto irá atender 22 empresas de Mato Grosso, Rondônia e Acre, dos setores de confecções, móveis e alimentos. A coordenadora nacional do "Mercado de Fronteira Brasil-Peru", Hannah França Salmen, diz que essa foi a forma encontrada pelo Sebrae para ampliar sua atuação às MPEs das áreas fronteiriças.

"O projeto visa contribuir na promoção do intercâmbio comercial entre os dois países, com um caráter forte na ênfase da promoção de negócios", observa, ao lembrar que países como o Peru, onde os padrões de consumo não são tão rígidos como na União Européia e nos Estados Unidos, podem se tornar uma porta de entrada importante para os negócios das empresas de pequeno porte das regiões Norte e Centro-Oeste.

Diagnóstico

Os parceiros do programa desenvolveram estudos preliminares sobre o mercado peruano. "O objetivo foi descobrir que produtos teriam viabilidade comercial nesse país. Agora, também iremos avaliar outras questões, como preços, exigências sanitárias e canais de distribuição", explica o consultor do Sebrae em Rondônia, João Machado Neto.

As 22 empresas participantes da fase inicial serão analisadas. A intenção é avaliar se elas se encontram em condição de exportar. Caso não estejam, o Sebrae e seus parceiros irão planejar que tipo de ação pode ser feita para que a empresa consiga, futuramente, operar no mercado externo. Por exemplo, elas podem passar por consultoria e capacitação.

Na opinião do analista do Sebrae em Mato Grosso, André Luiz Schelini, as empresas de regiões de fronteiras merecem atenção especial, uma vez que são muito carentes de infra-estrutura. "Precisamos aproveitar as ações do governo federal, por conta da Transpacífico, para abrir um mercado às nossas empresas", diz ele.

Já o analista do Sebrae no Acre, Jorge Mazer, acredita que o acesso a mercados internacionais propicia "aumento do faturamento e fortalecimento da economia regional, ao mesmo tempo em que gera emprego e renda".

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