Protecionismo barra o etanol, dizem FAO e OCDE

Relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta que o Brasil terá dificuldades para conseguir expandir as exportações de etanol nos próximos dez anos diante das barreiras dos países ricos e da falta de um mercado internacional. As entidades defendem um "maior livre comércio" no setor de biocombustíveis para evitar as distorções e os impactos negativos nos alimentos. As avaliações apontam que o etanol produzido na Europa e nos Estados Unidos teriam impacto direto sobre os alimentos.

Na prática, o livre comércio garantiria que a produção do etanol ocorresse em locais mais competitivos, como no Brasil. "Por enquanto, não podemos pensar que o etanol conseguirá substituir o petróleo. O Brasil, que tem a produção mais competitiva, não tem um mercado internacional desenvolvido. O acesso a esse mercado está fechado por causa de barreiras", alertou a OCDE.

Segundo o relatório, o comércio mundial do etanol vai permanecer em 6 bilhões de litros até 2010 e atingirá 10 bilhões em 2017. Com o consumo mundial aumentando 5% ao ano, o Brasil será, de longe, o maior exportador, com um excedente de mais de 8 bilhões de litros em 2017. Os EUA terão déficit de 5 bilhões de litros e os europeus, de 3 bilhões de litros. Ambos serão abastecidos pelo Brasil. Mas, para a OCDE e a FAO, essas exportações poderiam ser maiores se o Brasil tivesse mais acesso aos mercados.

Por isso, o Brasil força para que as taxas de importação entrem nas negociações na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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