Uma forma de fazer com que a construção do imóvel pese menos no bolso e para o meio ambiente é reciclar os materiais desperdiçados. Para o pesquisador do Centro de Tecnologia de Obras de Infra-Estrutura do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo), Sérgio Cirelli Angulo, este é o destino adequado para os resíduos sólidos da construção civil.

"O ganho não é só econômico, mas também ambiental", diz o pesquisador. Mas o material deve ser reciclado de forma distinta. A fração mineral (concreto, argamassa, cerâmica) pode ser usada como agregado reciclado. Já as madeiras, plásticos e papéis devem ser destinados à indústria, enquanto o aço pode ser reaproveitado pelas siderúrgicas.

Perdas

De acordo com o professor da Faculdade de Engenharia da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), José Abrantes, a construção de um imóvel sem ajuda de um profissional capacitado e sem planejamento pode encarecer em até 10% o valor final, devido ao desperdício de materiais.

"Os materiais têm um peso muito grande no preço dos imóveis, que podem ficar 10% mais caros com o desperdício. No caso de piso e ladrilhos, a perda pode chegar a 20% dos materiais", afirmou. O principal motivo para o fato, de acordo com o professor, é a falta de escolaridade e de treinamento específico da mão-de-obra contratada.

São Paulo

Na cidade, uma parcela dos resíduos sólidos da construção é reciclada como agregados em usinas ativas, sendo uma delas pública. Outra parcela, composta por madeiras e metais principalmente, tem sido reciclada por setores industriais específicos.

"Essa parcela, no entanto, ainda é muito pequena frente ao montante de resíduo que é gerado. A triagem e a reciclagem do resíduo da construção precisa se consolidar, em geral, em todas as cidades brasileiras", diz Sérgio.

Segundo ele, empresas de grande porte do setor de construção civil já iniciaram ações de coleta seletiva de resíduos para posterior reciclagem. Estas ações, porém, devem ser realizadas por todos os geradores de lixo.