Ação inovadora em laticínio estimula produtores a buscarem a excelência
Aumentar a renda do fornecedor de leite em até R$ 540 mensais. Essa foi a estratégia adotada pela Cooperativa Agropecuária de São Sebastião (Copas), no Distrito Federal, para melhorar a qualidade do produto recebido. O laticínio é hoje o único do DF a adotar esse tipo de remuneração. A iniciativa estimula os produtores rurais a priorizarem as boas práticas em todo o processo, com a alimentação correta dos animais e ordenha higiênica.
“Com um leite de qualidade, a produção da fábrica aumenta em até 20%. Isso é lucro para todos nós. E não é difícil atender aos critérios, basta adotar práticas simples, como higienizar corretamente o animal e os recipientes”, conta o presidente da cooperativa, Renato Saliba. “Os resultados são visíveis: a gente observa que na nossa região as pessoas já preferem o leite Copas porque o consideram mais saboroso”, acrescenta.
O produtor rural que fornece leite à Copas pode receber, além do preço estabelecido, uma bonificação de até R$ 0,14 por litro de leite, desde que atenda aos requisitos de qualidade adotados pela cooperativa. O contrário também pode ocorrer, ou seja, uma penalização de até R$ 0,14 a menos por litro de leite. Entre os itens avaliados estão contagem bacteriana total, contagem de célula somática, gordura e proteína.
A ideia foi potencializada com uma viagem promovida pelo Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Territórios de Cidadania do Distrito Federal, do Sebrae no DF, para Minas Gerais, onde os cooperados brasilienses puderam conhecer a Cooperativa Agropecuária de Uberlândia (Calu), que utiliza o mesmo mecanismo de pagamento dos produtores.
Dentro do projeto, a ação Desenvolvimento da Pecuária Leiteira tem o objetivo de melhorar o processo da cadeia produtiva e a qualidade do leite, por meio de consultorias e capacitações oferecidas aos mais de 100 pequenos produtores associados à Copas, principal laticínio da região administrativa de São Sebastião e única cooperativa do segmento no DF.
“As ações são pensadas e desenvolvidas para solucionar os gargalos identificados no setor, como o baixo volume produzido, a baixa qualidade e as dificuldades na comercialização do leite e de derivados”, explica o analista da Unidade de Agronegócio do Sebrae no DF, Carlos Cardoso de Souza.