O risco Brasil ainda está 46 pontos-base acima de sua mínima histórica, mesmo depois que o País conquistou o grau de investimento, na quarta-feira. O risco Brasil mede o grau de desconfiança dos investidores na economia brasileira.
A ausência de uma reação mais relevante à conquista do grau de investimento, concedido pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, reflete a baixa liquidez dos papéis, característica dos últimos anos, e as condições ainda preocupantes no mercado externo, por conta da crise de liquidez e do problemático mercado imobiliário americano. O diretor da dívida de emergentes da corretora ICAP/Garban, Felipe Brandão, considera, porém, que o nível mínimo histórico deve ser alcançado. "É um ajuste que tende a acontecer ao longo do tempo", afirmou.
Às 13h12 (de Brasília), o risco Brasil caía para 195 pontos-base, queda de 6 pontos-base, ou 2,98%, em relação ao fechamento de sexta-feira. Comparado ao fechamento da terça-feira, anterior ao grau de investimento, a queda é de 30 pontos, ou 13%. Os 195 pontos-base de agora ainda representam 46 pontos mais que a mínima histórica atingida em 1º de julho, de 149 pontos-base. A máxima do risco Brasil desde o início da crise nos Estados Unidos foi a 305 pontos-base, em 17 de março.
Para estipular o risco de cada país, analistas do banco americano JPMorgan calculam quanto um determinado governo deve pagar a mais aos investidores do que o governo dos Estados Unidos, de forma que, do ponto de vista deles, seja mais vantajoso investir no país que deixar o dinheiro nos EUA. Também são levados em consideração indicadores financeiros e políticos de cada país, tais como déficit fiscal, crescimento da economia, solidez das instituições, entre outros.
O resultado da equação indica os pontos porcentuais de diferença entre o que os credores receberão pelos títulos e o que receberiam caso investissem em títulos do tesouro dos EUA, considerados por especialistas os mais seguros. No caso do índice brasileiro hoje, significa dizer que o país pagará 1,95 ponto porcentual a mais do que o Tesouro americano oferece de juros.