Sistema Sebrae atribui mais importância às empresas do setor de serviços

"A participação de serviços no PIB [Produto Interno Bruto] é uma tendência irreversível, observada em muitos países, como nos Estados Unidos, onde cerca de 76% da população ativa está empregada no setor. Este segmento já compreende a maior parte do PIB daquele país e também do Reino Unido e do Japão. Na Índia e na China, a tendência também é de crescimento, embora o setor de serviços contribua com menos de 50% do PIB".

A declaração é do presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, senador Adelmir Santana, que, durante um pronunciamento realizado esta semana, chamou a atenção para a importância que cada vez mais o Sistema Sebrae deve atribuir às empresas de serviços.

Ele fez referência aos estudos recentemente concluídos pelo Sebrae Nacional, cujo conteúdo integra o "Termo de Referência para atuação do Sebrae no setor de serviços", documento que, em breve, será publicado e distribuído pela diretoria executiva da instituição, conforme informou a Agência Sebrae.

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Por que o setor é importante

Santana citou dados do estudo, produtos de uma análise da combinação de incidências em ofertas e demandas, que tornam os serviços importantes.

As principais causas são aumento da demanda por serviços, em função do crescimento da renda per capita, crescimento da sua importância para a indústria, o comércio e o agronegócio, relevância das atividades de propaganda, marketing e da logística, ou seja, da distribuição de produtos, demandas por produtos financeiros, jurídicos e de entretenimento e habilidade crescente das firmas de serviços na criação de novos produtos e mercados.

Regiões que se destacam

Dados de 2000 a 2004 indicam que a maior expansão no número de MPEs foi registrada no setor de serviços. O percentual é de 28%, e se refere, principalmente, aos segmentos de informática, transportes terrestres e atividades recreativas. Daí a importância desse grupo de empreendimentos tanto na geração de emprego como na redução das desigualdades sociais.

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Em 2004, os cinco principais estados do País, em número absoluto de MPEs no setor de serviços, foram São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná, nesta ordem. Em números relativos, foram Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

Segundo dados comparativos de 2005, para 950 mil micro e pequenas empresas no comércio já havia outras 820 mil no segmento de serviços, 260 mil na indústria e 70 mil na construção civil. A maior parte das empresas presta serviços como manutenção, logística, publicidade e alojamento e alimentação. São os casos das pousadas, lanchonetes, dos restaurantes e do transporte terrestre.

Prioridade ao setor

Depois de apresentar dados do diagnóstico do setor, Adelmir Santana fez algumas recomendações para que o Sebrae priorize ações mais eficazes no apoio e incentivo às empresas de serviços.

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"Tendo em vista a necessidade de um desenvolvimento regional equilibrado no Brasil, pode-se sugerir a articulação de políticas regionais, industriais comerciais e tecnológicas, muitas dessas materializadas por importantes representações neste colegiado, que possibilitem ampliar a sinergia entre os setores de serviços, da indústria, do comércio e do agronegócio brasileiro. O Sebrae tem tudo a ver com isto".

Ele destacou três pontos importantes para a atuação do Sebrae no setor serviços: a priorização de ações voltadas às políticas públicas, a exemplo da Lei Geral e dos movimentos pela redução da carga tributária; a implementação de projetos ousados quanto aos serviços com bases mais concretas de informações; a humildade, isto é, a necessidade de ter em mente que o sucesso dessa gestão do Sebrae dependerá da mobilização de parcerias tanto nos três níveis governamentais quanto no patamar empresarial, principalmente no que tange à conscientização dos empresários e das instituições representativas do setor de serviços.

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