Estudo divulgado na última segunda-feira (10) pelo Sebrae revela que, apesar do crescimento no valor médio exportado, entre 2005 e 2006, de 5,8%, no caso das microempresas e de 11,3% para as pequenas, houve queda de 2,6% no número total de empresas brasileiras exportadoras, na mesma base de comparação. Essa queda atinge, essencialmente, as micro e pequenas empresas.
A pesquisa "As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira – Brasil e seus Estados – 1998 – 2006", encomendada pelo Sebrae e realizada com base em dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), por meio da Funcex (Fundação Centro de estudos do Comércio Exterior), revela que, em 2006, 12.998 MPEs comercializaram no exterior, número 4,4% inferior ao registrado em 2004.
A participação dessas empresas no valor total das exportações brasileiras caiu continuamente nos últimos anos. Após atingir um pico de 2,3% em 1999, elas passaram a representar apenas 1,4% em 2006.
No número total de empresas exportadoras, por sua vez, as MPEs representam, atualmente, 65%, percentual também menor do que os obtidos em anos anteriores.
Dificuldades
Na opinião do gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional (setor responsável pelo estudo), Pio Cortizo, o resultado do levantamento evidenciou a necessidade de auxiliar as micro e pequenas empresas exportadoras brasileiras. A orientação quanto aos desafios e às oportunidades é uma das principais etapas do processo de internacionalização dessas organizações.
O Sebrae acredita que há muito pontos a serem reforçados para que as MPEs se mantenham no mercado. Há um número relativamente pequeno de exportadoras contínuas entre as micro e pequenas empresas, em comparação com as firmas de maior porte.
Apenas 31,8% das microempresas que exportaram em 2006 operam no exterior de forma contínua. O percentual é inferior ao das descontínuas (34,5%) e das estreantes (33,7%). Além disso, naquele mesmo ano, 45,4% das microempresas e 21% das pequenas desistiram de exportar.
Mudança e avanços
Para a gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional, ao se abordar a exportação no segmento de micro e pequenas empresas, deve-se não somente pensar em como fazer as empresas exportarem, mas também em como mantê-las no mercado externo. "É preciso estimular parcerias das micro e pequenas empresas com empresas dos países para os quais elas vendem, identificando canais de distribuição."
Mesmo com tantas barreiras, os índices mostram continuidade do que se verificou entre 2002 e 2005, quando o valor médio exportado registrado pelas MPEs cresceu a taxas anuais semelhantes às registradas em 2006, em contraste com as quedas verificadas entre 1998 e 2002.
O material revela que, em 2006, houve alta no valor exportado pelas MPEs: 2,4% para as microempresas com um montante de US$ 148,5 milhões, e de 6,1% para as pequenas com valor de US$ 1,76 bilhão. No período, as exportações das grandes empresas cresceram 12,7% somando um montante de US$ 100 bilhões.
