Vendas nos EUA caem e GM fecha trimestre com prejuízo de US$ 15,5 bilhões

A preocupação dos investidores da General Motors com o impacto da queda das vendas nos EUA provou não ser infundada. A maior fabricante norte-americana de automóveis anunciou nesta sexta-feira (1º) um prejuízo líquido trimestral de US$ 15,5 bilhões, ou US$ 27,33 por ação, quatro vezes maior do que as projeções dos analistas.

O resultado marca o quarto trimestre consecutivo de perdas e se compara com o lucro de US$ 891 milhões, ou US$ 1,56 por ação, registrado no segundo trimestre do ano passado. O desempenho da receita também deixou a desejar: com queda de 18% na base de comparação anual, o indicador atingiu US$ 38,2 bilhões

Se considerado o resultado ajustado, excluindo itens não-recorrentes, o prejuízo da GM seria de US$ 6,3 bilhões, ou US$ 11,21 por ação, frente à média das estimativas dos analistas, de US$ 2,40 por ação.

Com a divulgação, as ações da GM despencam quase 10% no pré-market de Wall Street. Diante da perspectiva pessimista dos resultados, os papéis da companhia haviam fechado o pregão de quinta-feira (31) com queda de 2,89%.

Justificativas
De acordo com o comunicado da empresa, os resultados trimestrais da GM se devem a diversos fatores, como perdas significativas na GM North America devido à continuidade do declínio dos volumes industriais nos EUA e custos relativos a arrendamentos e ações de reestruturação.

Outro grande peso no balanço da GM são os negócios da GMAC Financial Services, que sozinha reportou prejuízo líquido de US$ 2,5 bilhões no segundo trimestre deste ano, afetada pela queda nos segmentos de veículos de segunda-mão.

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"Como nossas recentes ações em produção, capacidade e liquidez claramente demonstram, nós estamos reagindo rapidamente aos desafios que a economia dos EUA e o mercado automotivo enfrentam, e nós continuamos a adotar medidas agressivas, necessárias para transformar nossas operações nos EUA", afirmou o CEO da empresa, Rick Wagoner.

Apesar dos resultados ruins nos EUA, as operações da GM na Europa e nas regiões de América Latina, África e Oriente Médio continuam rentáveis, tendo registrado lucros de US$ 20 milhões e US$ 445 milhões, respectivamente.

Corte de custos

Cabe lembrar que, na última quinta-feira, rumores da mídia norte-americana apontavam que a General Motors planejava cortar 15% do quadro de funcionários dos EUA e do Canadá até o início de novembro.

Em 15 de julho, a GM anunciou um plano que previa uma redução de custos e uma captação de recursos, ambas com valor total de US$ 15 bilhões. Segundo a companhia, as medidas a serem adotadas poderiam incluir corte de empregos, venda de ativos e suspensão do pagamento de dividendos.

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