Como a tecnologia vai impulsionar a (r)evolução do marketing

O uso intensivo da tecnologia tem provocado importantes transformações em alguns setores da economia e exigido mudanças nos modelos de negócio. Temos, como exemplo, os fenômenos Netflix, Uber e, mais recentemente, as Fintechs – startups de tecnologia do setor financeiro, que começam a surgir no mercado e prometem desbancar bancos tradicionais.

Esta nova e intensa forma de usar a tecnologia promete também mudar o trabalho e a atuação dos departamentos de marketing das organizações ao redor do mundo. Isso porque, a tendência de uso de MarTech (Marketing Technology) já se consolida como uma realidade em países desenvolvidos e, aos poucos, começa a ganhar espaço nas empresas brasileiras. E, é possível que as companhias e profissionais brasileiros que não começarem a olhar agora, com seriedade, para o uso de ferramentas tecnológicas dentro das estratégias de marketing tendem a perder espaço a curto e médio prazos.

Relatório divulgado pelo Gartner (Gartner CMO Spend Survey 2015-2016) aponta que, atualmente, 33% dos orçamentos dos departamentos de marketing de empresas nos Estados Unidos e Inglaterra já são dedicados a investimentos em tecnologia. E, segundo um estudo do Annuitas Group, as empresas que usam ferramentas de MarTech para buscar novos clientes têm um aumento de, em média, 451% nos leads qualificados.

A aceleração desse setor deve-se, principalmente, ao fato de que o uso intensivo de tecnologias associadas ao marketing permite que as empresas realizem campanhas com alto índice de assertividade e menor custo, ao combinar inteligência de dados para entender o comportamento dos usuários e, automaticamente, prever, metrificar e adaptar ações em tempo real.

Na prática, o conceito de MarTech vai muito além de uma simples leitura de dados ou uso de ferramentas de marketing digital. Esse conceito contempla a associação de soluções para inteligência na análise de grandes volumes de dados, com o uso de plataformas para campanhas virtuais e profissionais capacitados a orquestrar esses dois diferentes mundos, com o intuito de customizar campanhas, analisar resultados online e adaptá-las em tempo real, para atingir os públicos-alvo da forma mais rápida e assertiva possível.

No Brasil, o que se vê ainda são ofertas pontuais e que apenas se aproximam do conceito de MarTech, em alguns aspectos. Do lado dos fornecedores, há uma tendência de as agências tradicionais de publicidade migrarem para o mundo digital, enquanto fornecedores de soluções de big data vendem tecnologias para busca de dados ou “leads” para as áreas de marketing. O segredo, no entanto, está na capacidade de unir esses dois mundos, o que ainda é oferecido por um número bastante pequeno de players especializados.

Assim, os profissionais de marketing devem não só entender a fundo o conceito de MarTech e suas tecnologias, como precisam ficar atentos para utilizar essas ferramentas em sua totalidade, potencializando resultados, com menor custo e mais rapidez na conquista de clientes e consumidores. O que, em última instância, é o objetivo final de qualquer campanha bem-sucedida.

Luiz Alberto Ferla é  o CEO do DOT Digital Group

 

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