Executivos que saíram para empreender têm dificuldade em voltar aos negócios

Entre os anos de 2011 e 2014, com a economia brasileira ainda em crescimento, muitos executivos saíram de altas posições nas empresas, aproveitando a experiência e nome no mercado, para empreender em novos negócios – principalmente consultorias. Porém, o que se viu de dois anos para cá foi a queda na economia e uma altíssima taxa de desemprego, que atingiu também cargos executivos. Só em dezembro de 2015, foi registrado 20% de aumento do desemprego em altos cargos (Hays/ESPM).

Com o aumento da oferta de profissionais no mercado, os empreendedores que desistiram de suas carreiras solo e tentam voltar ao mundo executivo, também estão encontrando grandes dificuldades. “Isso acontece principalmente, porque o afastamento do mundo corporativo por períodos superiores a um ou dois anos resulta em perda do ritmo das transformações que ocorreram dentro desse cenário”, explica Áurea Imai, headhunter e sócia da Boyden, empresa global de recrutamento e seleção de executivos, há mais de 48 anos no Brasil.

“As mudanças dentro das empresas, tanto em termos de políticas, como em ferramentas e tecnologia, foi muito acelerada, e por isso muitas vezes as empresas acabam optando por profissionais com uma experiência mais recente no mercado, que encontrarão menos dificuldade de se adaptar a um novo desafio”, diz a especialista. “Com isso, muitas vezes, o profissional acaba ‘pagando um pedágio’ e nem sempre consegue se recolocar nos mesmos patamares que os anteriores”.

Outros executivos que podem encontrar dificuldades de se recolocar são aqueles que ficaram por muitos anos em uma mesma empresa. Profissionais com décadas de casa em uma única empresa e que saíram ou foram demitidos, se deparam com a necessidade de adaptação e flexibilização a uma nova cultura organizacional, o que nem sempre é fácil.

A solução então para quem deseja se recolocar em cargos executivos e que estejam afastados há muito tempo do mundo corporativo, está em buscar ajuda profissional como o coaching ou aconselhamento, para entender suas fortalezas e pontos de desenvolvimento dentro do cenário corporativo atual.

“Não raramente os profissionais se preocupam em fazer novos cursos e especializações para ter um currículo mais ‘robusto”, mas a chave não está apenas nessas qualificações técnicas, mas sobretudo no autoconhecimento para identificar as oportunidades em que ele poderia agregar e ter um diferencial perante os demais profissionais.

Nesse sentido, o engajamento no networking e nas relações pessoais também é fundamental para se “mostrar ao mercado” e entender as possibilidades que existem, sugere Áurea.

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