Profissionais de nível técnico têm grandes oportunidades de ingressar na indústria catarinense. Isso é o que mostra pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). Segundo o levantamento, realizado nos meses de novembro e dezembro de 2014, a carência de trabalhadores qualificados afeta com mais intensidade a área de produção, sobretudo profissionais técnicos (67%). Pelo menos 96% dos empresários declararam ter dificuldades de contratar colaboradores em 2014.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destaca que 877 mil matrículas foram registradas no triênio 2012-2014. “Devemos ter um ano duro em 2015 e, sem dúvida, as empresas que mais investem em educação e inovação são as que têm mais probabilidade de se sair bem em períodos de contenção e de baixo crescimento da economia”, salienta Côrte.
A pesquisa foi realizada entre novembro e dezembro com a participação de 172 empresas. Entre as indústrias que encontraram dificuldades para contratar, 42,4% informaram que foi para a maioria dos cargos, 41,8% teve dificuldades somente para preencher as vagas de trabalho para algumas ocupações e 15,8% para todos os cargos. A dificuldade de encontrar trabalhadores para a área de produção com formação básica é citada entre outros aspectos por empresários que responderam a pesquisa.
Para 71% dos industriais, trabalhador sem qualificação é aquele que não possui escolaridade e nem habilidade para exercer a função. Segundo dados da RAIS 2013, 45% dos trabalhadores em atividades industriais não tem escolaridade básica completa. O desafio lançado pelo Movimento A Indústria pela Educação é que todo trabalhador da indústria tenha escolaridade completa e educação profissional e tecnológica compatível com a sua função.
Outra pesquisa, realizada com base nas informações das companhias participantes do Prêmio FIESC A Indústria pela Educação, apontou que 70,8% perceberam ganhos no desenvolvimento de competências e na busca por melhores resultados na empresa após a implantação de ações educacionais. Melhor entendimento e execução dos procedimentos, e a melhoria do clima organizacional foram observadas por 73,4% pelas empresas. Mais de 38% percebeu também o aumento da atração e retenção de talentos. “A educação é percebida como fator-chave para a competitividade industrial. Trabalhadores escolarizados e mais qualificados contribuem para o aumento da produtividade e eficiência de processos”, afirma Côrte. “Podemos afirmar que o Movimento A Indústria pela Educação é um importante elemento influenciador para a implantação das práticas educacionais”, completa.
Oportunidade – Mais de 6,8 mil vagas estão sendo oferecidas em cursos do SENAI/SC no Estado. São oportunidades em formações técnicas e superiores, além do ensino médio. Apenas entre os cursos técnicos, mais de 4,2 mil vagas estão abertas. Entre os cursos de curta duração são 11 mil oportunidades até março. Pesquisa realizada pelo SENAI/SC revela que 83% dos egressos dos cursos técnicos estavam trabalhando em até um ano após sua formatura. Em 2014, das 197,5 mil matrículas realizadas pelo SENAI, mais de 31 mil foram registradas na educação profissional.