Por que é necessário construir uma liderança vulnerável?

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Segundo Wanderley Cintra Jr, psicólogo especializado em comportamento no trabalho, quando uma equipe tem consciência das principais competências e fraquezas dos seus membros, a produção coletiva se potencializa

Assim como as relações pessoais, as profissionais sofrem mudanças no comportamento ao longo dos anos, revelando novas possibilidades. Uma delas é sobre liderança. A ideia de que ela deve ser inabalável, sisuda, sem assumir medos e carregar todo o peso sozinho caiu por terra.

Mas como um líder vulnerável, que expõe suas fraquezas aos seus liderados e assume riscos, pode fortalecer a sua empresa? A resposta é: lidar em conjunto com um problema em comum gera conexões profundas e melhor desempenho.

De acordo com Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no trabalho, quanto mais cria-se uma comunicação franca entre o líder e o liderado, melhor é o caminho para resolver os problemas.

“Um líder que se expõe cria um espaço mais propenso para que outros colaboradores também se sintam confortáveis para se abrir, semeando uma cultura de feedback com maior transparência”, comenta.

“Quando uma equipe tem consciência das principais competências e fraquezas dos seus membros, a produção coletiva se potencializa, com todos trabalhando juntos para trazer o melhor um do outro”, completa.

Além disso, uma liderança mais humanizada constrói um ambiente propício para inovações. “Um líder vulnerável também escuta mais, dá atenção aos seus liderados e se arrisca com maior frequência. Sem riscos, não há evolução”, afirma.

Para isso, Cintra explica que o primeiro passo é compreender suas falhas e aceitá-las. “Independente de nossas qualidades, todos erramos. Ignorá-los somente fará com que eles cresçam ainda mais”.

Além disso, é preciso não ter medo de compartilhá-las. “Ao contrário de um problema, pedir ajuda pode ser seu maior trunfo. É só assumindo seus pontos fracos aos seus companheiros que você poderá trabalhá-los”, diz.

Após esse olhar para si, é necessário que um líder vulnerável saiba enxergar o outro, compreendendo suas atitudes. “Ser empático é criar um ambiente seguro e confiável. Acima de impor autoridade, é demonstrando cumplicidade que um bom líder conquista respeito”, pontua.

Como ser vulnerável sem parecer fraco?

Existe o falso pressuposto de que a vulnerabilidade é sinônimo de fraqueza. Segundo Cintra, parte do processo de se tornar vulnerável é desprender-se das opiniões externas, do que os outros podem pensar de você.

“Os líderes foram historicamente forjados para serem imbatíveis, super-heróis. Mas uma coisa que a gente esquece é que mesmo o Super-homem tem a sua criptonita. Todos carregamos fraquezas, e não há nada que se envergonhar disso”, acrescenta.

Ao fim, Wanderley reitera a importância de expor nossas falhas para enfim consertá-las. “É apenas encarando nossas fragilidades que podemos superá-las ou mesmo potencializá-las para que se transformem em uma fortaleza”, completa.

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