Professor-influenciador: 4 perfis que levam o conhecimento para além da sala de aula

Especialista dá dicas como se tornar relevante e conquistar audiência

O baixo piso salarial do professor brasileiro é uma discussão que atravessa gerações. Com o último reajuste do Ministério da Educação (MEC), o valor aumentou para R$ 4.580,57, um crescimento de 3,62% em relação a 2023. Em um país em que o salário-mínimo ideal é de R$ 6,5 mil, segundo pesquisa do Dieese, é preciso procurar alternativas para complementar a renda e viver melhor. Nessa busca, muitos professores encontram na internet oportunidades que são raras na vida real. E acabam trocando a sala de aula física pelas redes sociais e outras plataformas digitais.

Apesar dos desafios de deixar a CLT para trás e apostar no trabalho autônomo, há professores que transformam a audiência em alunos e seguem atuando na área, com mais liberdade e conforto. Com milhares de seguidores, professores conquistam independência e, em alguns casos, até criam suas próprias escolas.

1. Paulo Jubilut (Biologia)
Um dos percursores em transformar o YouTube em sala de aula, Jubilut começou na internet em 2011 após ser demitido de uma escola. Com o aumento das visualizações, decidiu oficialmente investir em seu trabalho como “edutuber”, e em 2013 abriu a escola on-line Biologia Total, que hoje se tornou o Aprova Total, plataforma que ajudou mais de 11 mil alunos na aprovação no Sisu e outros vestibulares nos últimos dois anos. Em 2022, a edtech recebeu um investimento do empresário bilionário Flávio Augusto da Silva, fundador da Wise Up.
Com mais de 3 milhões de inscritos só no YouTube e mais de 800 mil seguidores no Instagram, Jubilut segue compartilhando em suas redes sociais conteúdos de utilidade pública. Recentemente ele lançou o JubilutCast no Spotify. Em suas publicações, aborda principalmente o universo da biologia para quem deseja se manter atualizado sobre meio ambiente e está se preparando para ingressar no ensino superior.

2. Bruna Martiolli (Literatura)
Com apenas 27 anos, Bruna compartilha o amor pela literatura com seus mais de 700 mil seguidores distribuídos no TikTok, YouTube e Instagram. A professora ensina táticas para aderir ao hábito da leitura e, principalmente, como formular pensamentos críticos sobre o conteúdo.
Bruna também mostra os bastidores de suas aulas, do planejamento à criação dos materiais. Além de trabalhar para instituições de ensino remotamente, também organiza aulas e workshops on-line para seus seguidores-alunos participarem. Apenas no curso de Introdução aos Estudos Literários ela acumula mais de 500 estudantes.

3. Noslen (Português)
Professor de Língua Portuguesa com mais de 19 anos de experiência em docência, Noslen é o criador do maior canal no YouTube de ensino dessa disciplina, com mais de 4 milhões de inscritos. Além dos conteúdos que buscam facilitar o aprendizado de regras gramaticais e ortográficas, Noslen desenvolveu o Clube do Noslen. A plataforma ensina português voltado para o Enem e concursos. Nos últimos 5 anos, mais de 30 mil alunos foram impactados.

4. Debora Aladim (História)
Debora viralizou na internet ao criar um método inédito para fazer uma redação. Começou a gravar vídeos em 2013 para ajudar os colegas de sala com as provas e se tornou um das principais youtubers de educação do Brasil. Atualmente a professora de História acumula mais de 5 milhões de seguidores na internet.
Reconhecida por abordar assuntos da matéria de forma divertida, Debora se tornou muito procurada para publis, assumindo o papel de embaixadora de marcas como Samsung, Quero Educação, Energético TNT e Oi.

Como transformar as redes sociais em sala de aula? Professor Jubilut, com mais de 5 milhões de seguidores, compartilha dicas
A era da informação digital exige que os professores se reinventem e explorem novas formas de alcançar seus alunos. Docentes migram suas salas de aula para o espaço virtual com o intuito de encontrar uma nova fonte de renda. Jubilut começou publicando vídeos sobre biologia na internet e hoje é fundador do Aprova Total, plataforma de educação que em 2021 recebeu um aporte da Wiser, holding fundada por Flávio Augusto da Silva, um dos maiores empresários brasileiros.
Confira as dicas valiosas de Jubilut para ajudar outros professores a terem sucesso no mundo dos influenciadores da educação.
1. Conheça seu público-alvo:
O ponto de partida é definir com clareza para quem você deseja ensinar. São estudantes do ensino fundamental, médio, superior ou público em geral? Essa escolha direciona todo o seu conteúdo, desde a linguagem utilizada até a seleção de temas e formatos.
2. Domine as plataformas digitais:
Com o público em mente, explore as redes sociais que melhor se conectam com ele. Comece com poucas plataformas para se familiarizar com seus mecanismos e expandir gradativamente seu alcance.
3. Seja autêntico e transparente:

Crie uma biografia clara e objetiva nos seus perfis, apresentando-se como professor e especificando o público-alvo, as disciplinas e os objetivos do seu conteúdo. Deixe sua personalidade brilhar e torne-se a sua marca registrada.
Dica extra: O bom humor sempre foi uma das maiores ferramentas do professor Paulo Jubilut, então utilize essa poderosa ferramenta social.
4. Planeje-se para o sucesso:
Antes de publicar seu primeiro conteúdo, crie uma trilha inicial, definindo os temas, formatos (vídeos, textos, podcasts) e a frequência das postagens. Essa organização garante um fluxo de conteúdo consistente e de alta qualidade.
5. Aposte em conteúdos relevantes e envolventes:
Ofereça dicas de estudo, resumos de matérias, soluções de exercícios, curiosidades e muito mais. Utilize recursos visuais atrativos, como imagens, vídeos e animações, para prender a atenção do público.
6. Interaja com seus alunos:
Responda comentários, tire dúvidas, promova debates e incentive a participação ativa dos seus seguidores. Crie uma comunidade engajada onde o aprendizado seja uma experiência colaborativa.
7. Colabore com outros influenciadores:
Faça parcerias com outros professores influentes para ampliar seu alcance e trocar experiências. Juntos, vocês podem criar conteúdo inovadores e impactar ainda mais alunos.

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