O estresse gerado por conta da correria do dia a dia desencadeia uma série de doenças, entre elas a Síndrome de Burnout – estado de tensão emocional e stress crônico provocado por condições de trabalho desgastantes.
– A síndrome é caracterizada por um esgotamento intenso, um cansaço forte, intimamente relacionado à questão profissional, quando o nível de stress no trabalho chega a um estado muito elevado, interferindo diretamente na qualidade de vida da pessoa – explicou a psiquiatra do Centro de Especialidades Médicas – CEM, Natália Fernandes de Almeida Gomes.
Atualmente no Brasil mais de 70% dos trabalhadores sofrem com algum tipo de sequela relacionada ao stress. Em cada 100 milhões de pessoas, a Síndrome de Burnout atinge 32%, acometendo profissionais que lidam direto e intensamente com pessoas e influenciam suas vidas. A maioria delas estão ligadas as áreas de educação, assistência social, saúde, recursos humanos, bombeiros, policiais, advogados e jornalistas.
Antes do diagnóstico, os sintomas podem ser confundidos com a depressão, porém a psiquiatra explica que na síndrome de Burnout o paciente tem aversão a fatos ligados ao trabalho.
– Explicando de uma forma básica, podemos dizer, por exemplo, que na depressão a pessoa perde o interesse por atividades que lhe dão prazer. Enquanto na síndrome de Burnout os sintomas são relacionados ao trabalho, não conseguir passar perto do local onde trabalha, ter que ir entregar algum documento ou até mesmo um atestado – destacou.
O esgotamento físico e emocional é refletido em uma mudança de comportamento, como alteração de humor, agressividade, falha na memória, dificuldade de concentração e em alguns casos desconfiança e até paranoia. Há também acometimento físico com dores de cabeça, insônia, crise de ansiedade, palpitação, sudorese, pressão alta, dores musculares, entre outros.
– Com relação ao tratamento, tanto na depressão quanto no Burnout, são usados antidepressivos, escolhidos de acordo com as características do paciente, além é claro de psicoterapia. É muito importante orientar as pessoas de que ela precisa realizar outras tarefas recreativas, ter momentos de descanso, dormir bem, conviver com amigos e família – esclareceu.
Para prevenir esse quadro, os especialistas recomendam praticar exercícios, noites regulares de sono, alimentação saudável, manter uma vida social bem ativa, enfim, ter mais qualidade de vida. As empresas também podem contribuir nessa questão evitando o excesso de horas extras dos colaboradores, proporcionando condições de trabalho atrativas e gratificantes, modificando os métodos de prestação de cuidados, suporte social às equipes, etc.