Muito além da vacina de vento

“Posso ouvir o vento passar

Assistir a onda bater

Mas o estrago que faz

a vida é curta pra ver.”

Assim começa a canção “O vento” dos Los Hermanos, uma banda brasileira de rock alternativo, formada no Rio de Janeiro, em 1997.

O vento está presente em cada um de nós a vida inteira. Agora até na hora da vacina. Ao invés de estar na seringa o divino líquido tão aguardado e esperado, principalmente pelas pessoas idosas, capaz de matar o vírus da morte, tem só um sopro, um sopro de vento.

Poderia ser um caso isolado. Aí teria que ser tratado como um caso isolado. Mas não é. Essa cena vem se repetindo em diferentes cidades brasileiras. Assim é preciso levantar os diferentes e possíveis motivos desse comportamento.

A primeira justificativa seria o despreparo da área de saúde. Estaria sendo contratas pessoas sem preparo para aplicar uma vacina.  Essa ocorrência não se justifica diante de mais 100 anos de experiência do Brasil, em diferentes campanhas nacionais com o objetivo de combater diferentes enfermidades. Vale o registro que o Instituto Butantã já completou 120 anos. Ninguém nunca reclamou de não ter recebido de forma correta a aplicação, seja de seringa ou na forma de gotas.

Outra justificativa seria o desvio da vacina para uso próprio, familiares ou para terceiros, mediante o recebimento de quantias financeiras. Por esse motivo, é bem provável que esteja ocorrendo em alguns casos.

Um outro motivo ainda pode ser apontado e beira a teoria da conspiração. Embora complexo de explicar, mesmo quase inacreditável, pode se tratar de um grupo organizado, que quer negar a eficácia da vacina, como nega a existência da própria pandemia até hoje, mesmo depois de morrer milhares de brasileiros, fechar milhares de estabelecimentos comerciais e o país já ter investido bilhões na compra de vacinas, seringas, montagem de laboratórios públicos e contratação de equipes técnicas.

  A canção da banda dos Los Hermanos é de 2005, bem antes da pandemia. mas a letra joga luz sobre esse momento de tragédia humana vivida no Brasil em que a vacina de vento passou a ser um assunto do dia a dia.  A letra da canção segue para o fim assim:

“O vento vai dizer

lento que virá.

Se chover demais

a gente vai saber.

Claro de um clarão”.

Facebook
Twitter
LinkedIn