O empreendedor nato e o produzido

E quem já conversou com a Sandra Moreira e a Denise Silva? Além dos ami­gos, familiares, clientes e conhecidos, certamente nenhum jornalista de TV, ne­nhum profissional de uma grande revista de negócios, nem mesmo o jornal do bairro. Elas jamais foram capa de nada. São sócias, empresárias do ramo de ar­quitetura, e estão no mercado há quase 15 anos. Elas dão duro para manter as contas em dia. Elas trabalham como lou­cas, como se ainda estivessem no início de seu empreendimento.

Ao atendê-las, percebi que o grande drama não era as finanças, o mercado ou os clientes. Mas o fato de estarem tanto tempo no mercado sem conseguirem se alavancar, ao passo que um jovem re­cém-formado fez fortuna em apenas três anos, como mostrava a matéria de uma revista especializada na qual ele posava, na capa, sorridente como um vencedor. Elas estavam chocadas, tristes, no limite da depressão. Para elas, isso era um mis­tério. Por mais que se esforçassem, sim­plesmente não conseguiam entender.

Para ajudá-las, eu disse que a mídia só publica a exceção, jamais o ordinário. Isto significa que a maioria dos escritó­rios de arquitetura se assemelha ao escri­tório delas, como acontece com a maio­ria das micro e pequenas empresas de nosso País, em todos os segmentos. As pessoas que conseguem feitos extraordi­nários são empreendedores natos, cujas histórias revelam que, já aos nove anos, ou doze, espontaneamente se pegam empreendendo, ou praticando o que vão fazer no futuro. Seus pontos de virada jamais acontecem da noite para o dia (como às vezes a mídia dá a entender), ocorrem depois de mais de 10 mil horas de treino naquilo que amam de paixão.

Ao ler as histórias destes empreen­dedores natos, descobre-se que eles têm paixão, coragem, intuição, tino co­mercial, disciplina, liderança, adrenalina ao risco e à competição, são excelentes vendedores, criativos e inovadores, têm dedicação total e uma ambição desmedi­da de chegar ao topo. No País, que con­ta com 36 milhões de empreendedores (conforme mostram as pesquisas), não se conta 10 mil deles, o que significa um percentual igual a 0,0277. Eles são muito mais raros que o talento de um Pelé.

E do que são feitos os outros milhões de empreendedores como nós, questio­naram. Informei que são empreendedo­res produzidos pela inspiração dos em­preendedores natos, ou que se tornaram empreendedores porque foram excluí­dos do mercado de trabalho ou, ainda,

quirir aquilo que os empreendedores por vocação já têm de nascença, como coragem, tino, etc. Contar com outras pessoas dentro de um Conselho vai tra­zer à empresa pessoas com intuições que vocês não têm. Vai estimulá-las a pensar grande, a estabelecer metas, a obter re­sultados, a empreender com entusiasmo e a seguir na direção do crescimento contínuo. Com o Conselho, vocês es­tarão fazendo o mesmo que a maioria dos empreendedores natos faz. Mesmo com todas as habilidades naturais de um grande empreendedor, eles sempre contaram, consultaram e apoiaram-se em pessoas inspiradoras e mentoras.

A governança corporativa é dita in­tencional porque tem a intenção clara de dar condições à empresa de um empre­endedor não vocacional alcançar resulta­dos excepcionais como se a empresa fos­se tocada por um empreendedor nato.

E, por último, quero dizer a vocês que nem tudo que aparece na mídia é o que parece. Portanto, muito equilíbrio e discernimento ao ler o que a mídia pu­blica. Comecem a praticar um Novo Em­preendedorismo, pois sem uma (nova) percepção não há uma (nova) ação. Pense grande! Crie a sua governança cor­porativa intencional e comece a pensar e agir como se fosse o presidente de sua grande empresa.

www.metododopresidente.com.br

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