O recorde nas Olimpíadas de Tóquio e a medalha que falta ser entregue ao Brasil

Na última Olimpíada, realizada em Tóquio, o Brasil bateu um recorde de medalhas. Foram 21 medalhas conquistadas no futebol, surf, canoagem, boxe, skate, vôlei de quadra feminino e judô. Mas o Brasil ainda está por receber uma medalha especial que deve ser entregue, de preferência, em Brasília.

O Brasil dos atletas e o Brasil dos negacionistas correram em raias diferentes nesta última Olimpíada. De um lado para os atletas o objetivo era alcançar um podium, bater uma marca acalentada por muitos anos, com muitos esforços, privações e dedicação. De outro lado, para os negacionistas (políticos e os dirigentes do alto escalão público de Brasília), a  última Olimpíada era mais uma competição e a pandemia não existia, nunca existiu.

Muito antes das Olimpíadas, diferentes atletas, em respeito a determinação de governos estaduais e municipais de isolar os estádios e espaços dedicados a treinamentos, improvisaram exercícios e treinos dentro de suas próprias residências. O caso emblemático é do arremessador de peso, Darlan Romani.  Sem técnico, devido à pandemia, para treinar utilizou um terreno baldio ao lado da sua casa, em Bragança Paulista. Treinou sozinho, dia após dia, até a ida para Tóquio junto com a delegação brasileira. Com 30 anos quase ganhou uma medalha. Ficou em quarto lugar. Mas ganhou o coração do brasileiro.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) assumiu a responsabilidade de coordenar, definir, acompanhar a delegação de atletas até Tóquio e garantir a cada um deles a segurança física, de saúde na participação em diferentes competições. Uso de máscara (PFFe ou N95)  foi obrigado e todos seguiram à risca. Exames e testes foram realizados diariamente,  não só para atletas, mas também para dirigentes, equipes de apoio e jornalistas brasileiros. Resultado: no final das Olimpíadas 387 casos foram registrados de contaminados entre todos que circularam nas diferentes vilas Olímpicas. Em toda delegação brasileira não teve nenhum registro de contaminação pelo vírus.

Isso só foi possível com coordenação firme do Comitê  e com o respeito e aceitação por parte dos atletas e de todas equipes de apoio. O mesmo poderia ter ocorrido em todo o país, desde o início da pandemia, se tive uma coordenação nacional,  comunicação eficiente e comprometimento de toda a população, com uso de máscaras, distanciamento social e aplicação em massa de vacinas. Assim a economia poderia estar sempre ativada, sem tantos e tristes recordes de mortes de brasileiros.

O comportamento de toda a delegação brasileira nas últimas Olimpíadas merece uma medalha, a medalha de ouro. Em Brasília, o presidente Bolsonaro poderia entregar essa merecida medalha para a ginástica Rebeca Andrade, ganhadora de uma medalha de ouro e outra prata, que se tornou um novo símbolo do Brasil ao saltar para a história. Basta entregar a medalha para Rebeca. Não é preciso tanques nas ruas e muito menos toda aquela fumaça preta.

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