Muito se fala em microcrédito produtivo, mas nem todos conhecem efetivamente o que significa e para quem o recurso é destinado. No momento em que os postos de trabalho foram reduzidos no País, por conta da crise financeira, já são mais de 13 milhões de desempregados, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E é aí que muitas pessoas acabam abrindo o próprio negócio para ter uma fonte de renda.
Mas onde e como levantar dinheiro para dar o primeiro passo? Quais são as linhas de financiamento disponíveis no mercado? Qual a que atende mais o meu perfil? E as melhores taxas? Quais instituições financeiras poderão apoiar neste momento? Essas e outras perguntas passam pela cabeça de qualquer empreendedor. Para responder essas e outras questões, Ricardo Assaf, presidente da ABSCM (Associação Brasileira das Sociedades de Microcrédito), elenca as principais dúvidas sobre o assunto.
A atividade de microcrédito passou a ser difundida no Brasil na década dos anos 70. No final dos anos de 1990, surgem as primeiras iniciativas por meio de políticas públicas e, em 2005, foi criado o PNMPO – Programa Nacional de Microcrédito Produtivo e Orientado, com o propósito de facilitar e ampliar o acesso financeiro às pessoas físicas e pequenos empreendedores, visto a dificuldade que encontravam para a comprovação de garantias.
Pela lei, o microcrédito produtivo precisa ser orientado para que o microempreendedor possa fazer o uso consciente do recurso e não de forma aleatória, sem critério. “Por intermédio de um agente de crédito é feito o levantamento de dados socioeconômicos do microempreendedor, com o objetivo de avaliar o potencial do negócio, a necessidade do financiamento, a gestão para o desenvolvimento do empreendimento, bem como a capacidade de pagamento do tomador”, explica Ricardo Assaf.
As SCMEEPPs (Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte), regulamentadas desde 2001 pelo Banco Central do Brasil, é uma alternativa segura de financiamento, porque dependem da tutela e são supervisionadas pelo Bacen. E, além disso, são especializadas em conceder microcrédito de acordo com o tipo de negócio e perfil do cliente, a partir de uma análise minuciosa do microempresário, da família e seu negócio (atividade produtiva).
Quem pode contratar o microcrédito produtivo?
Empreendedores formais e informais, MEIs, PF ou PJ, de micro à pequena empresa, com faturamento bruto anual de até R$ 200 mil. O microcrédito tem a finalidade de financiar as atividades produtivas, conforme metodologia específica estabelecida em lei regulamento, sobretudo beneficiando pessoas de baixa renda.
Em quais situações o recurso pode ser utilizado?
Quando o microempreendedor precisa de capital de giro, ou seja, comprar insumos, matéria-prima, pagar aluguel ou investir no negócio, assim como a compra de máquinas para trabalhar, geladeira para fazer sorvetes, carrinho de pipoca, utensílios para o salão de beleza, e assim por diante.
Quais são as principais vantagens do microcrédito?
1. Capital de giro momentâneo;
2. Recurso financeiro para investimento na melhoria do negócio;
3. Taxa de juros mais baixa que a aplicada pelos bancos;
4. Assessoramento do negócio pelo agente especializado de crédito;
5. Aval Solidário (neste tipo de negociação, se uma pessoa do grupo não cumpre o pagamento do crédito, todas as outras são solidariamente responsáveis pela dívida;
6. Metodologia simplificada para a concessão do crédito.