As instituições financeiras estão mais afastadas das micro e pequenas empresas. Em 2016, 83% dos pequenos negócios não recorreram a empréstimos bancários, um número quase 10% maior do que em 2015. Os dados constam em pesquisa do Sebrae com 6.886 empreendedores de todo o país. Para 47% dos empresários, a redução nas taxas de juros seria a melhor solução para facilitar a aquisição de financiamentos. A diminuição da burocracia é apontada como sugestão para 27% dos pesquisados.
“O custo do dinheiro, a burocracia e a exigência excessiva de garantias pelos bancos fazem com que os empreendedores busquem outras fontes para financiar seus negócios. Os empresários estão estrangulados, é preciso encontrar formas de facilitar o acesso das micro e pequenas empresas ao crédito, sem juros de agiotagem, como a proposta da Empresa Simples de Crédito”, defende o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Como alternativa aos bancos, a maioria negocia prazo de pagamento com fornecedores (52%), usa cheque pré-datado (27%) ou especial (20%) e o cartão de crédito empresarial (21%). Mesmo nessas formas de financiamento, entretanto, houve queda no percentual de utilização. Das empresas pesquisadas, 22% não estão utilizando financiamento algum – dez pontos percentuais acima do ano passado – e 15% mantêm empréstimos em bancos.
A pesquisa do Sebrae apontou ainda que 19% dos empreendedores que já buscaram as instituições financeiras para obter financiamento, em algum momento da vida empresarial, tiveram o pedido de empréstimo negado, contra 14% apontado na pesquisa realizada em 2015. Para 16% desses, a justificativa ouvida dos bancos foi a falta de linha de crédito para o perfil e outros 13% receberam a argumentação de que a conta corrente era muito nova.
Empréstimos concedidos
Em contraponto aos 83% de empresários que não buscaram os bancos, 17% recorreram às instituições financeiras para conseguir crédito. Apenas dois em cada três dentre os que solicitaram empréstimo nos últimos seis meses tiveram sucesso. As altas taxas de juros estão entre as principais dificuldades assinaladas para 51% dos entrevistados, logo depois vem a falta de garantias reais, conforme avaliaram 22% dos empresários.
Já entre os empreendedores que contraíram financiamento, 53% o utilizaram para capital de giro e 36% o aplicaram na compra de mercadoria para revenda. Outros 32% dos entrevistados investiram na reforma ou ampliação do negócio.