A indústria brasileira de produtos e serviços para animais de estimação está cada vez mais em evidência. Para a companhia de pesquisas Euromonitor, os números mundiais do setor são encorajadores, principalmente aqueles de mercados emergentes. O setor em geral deve crescer 3% em valor de mercado no mundo em 2014, número alinhado ao aumento do ano passado, e 3% também na taxa composta anual de crescimento.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), apenas o mercado brasileiro deve crescer 8,2%, o que significa um faturamento de R$ 16,4 bilhões em 2014, puxado especialmente pelas classes C e D. Mesmo assim, a alta carga tributária incidente sobre a indústria pesa muito sobre essa população. Sabe-se que, se houvesse uma redução dos impostos, o potencial de consumo poderia crescer em até 50%, visto que esse é o número aproximado de donos que ainda alimentam seus pets com sobras da comida humana.
Mercados emergentes são atualmente cerca de 20% de todo o market share global e 28% no caso de alimentos para cães. Duas das principais razões são a ascensão da classe média e o aumento de salários. Nesse cenário, o Brasil – que tem na Abinpet sua principal entidade do setor – se destaca junto de México e Rússia. São três dos mercados com mais rápido crescimento. A análise destaca que o número de famílias na Índia, país no começo da tendência de “humanização” dos animais de estimação, e com uma renda anual média acima de US$ 10 mil, é de 156 milhões de pessoas, ao passo que no Brasil, 44 milhões (números de 2013) – mas deve-se levar em conta a maior população absoluta do país asiático.
“Esses números nos mostram como, em todo o mundo, o mercado pet está cada vez mais competitivo e qualificado, e oferece ao consumidor maior quantidade de produtos”, acredita o presidente-executivo da Abinpet José Edson Galvão de França. Um dos trunfos da entidade é o Projeto Pet Brasil, programa de exportação desenvolvido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O crescimento do valor total das exportações, no primeiro semestre de 2014, foi de 16,4% em relação às empresas exportadoras que não participam do programa – em um ano marcado pela Copa do Mundo e eleições. Em 2013, também até junho, a diferença chegou a ser de 39,5%.