No plano mundial, há uma leve melhora no ambiente econômico, em contraste com o clima econômico dos países latino-americanos, que registra piora. É o que mostra o Índice de Clima Econômico (ICE), divulgado na semana passada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo foi elaborado em parceria com o Instituto Alemão IFO, tendo como fonte de dados a IFO World Economic Survey (WES).
O levantamento conclui que essa “relativa estabilidade” do resultado mundial reflete duas tendências opostas: nos Estados Unidos, após interrupção da trajetória de alta em outubro de 2014, o ICE voltou a crescer, de 121 pontos para 131 pontos, enquanto na União Europeia, o anúncio pelo Banco Central Europeu de uma política monetária expansionista fez com que todos os indicadores melhorassem, levando o ICE a avançar de 104 para 113 pontos.
Em contrapartida, a China, segunda maior economia mundial, registrou queda no ICE puxada pela piora nas expectativas. No Japão e na Índia, o clima econômico apresentou melhora. No entanto, dado o peso da China no Continente Asiático, o clima econômico não mudou na região entre as sondagens de outubro de 2014 e janeiro de 2015. Entre os países do Brics, a Rússia apresenta o pior ICE.
O estudo recomenda, no entanto, que os resultados desta edição da pesquisa “devem ser tomados com cautela” na medida em que, na sondagem anterior, a piora do clima econômico mundial puxado pelas expectativas sugeria piora do cenário mundial.
Na avaliação do indicador IFO/FGV, “uma recuperação mais consistente da economia mundial dependerá do resultado da Europa e da evolução da economia chinesa”. Os dados mostram que os Estados Unidos, em situação mais confortável, são uma exceção neste cenário de incertezas.
A Sondagem Econômica da América Latina, com foco regional, serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia – simultaneamente – em todos os países da região, método que, segundo os responsáveis, “permite a construção de um ágil e abrangente retrato da situação econômica de países e blocos econômicos”.
Em janeiro de 2015, foram consultados 1.071 especialistas econômicos em 117 países, dos quais 133 da América Latina. A pesquisa gera informações tanto de natureza qualitativa quanto quantitativa. O Índice de Clima Econômico (ICE) é o indicador-síntese, composto por dois quesitos de natureza qualitativa, o Índice da Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE), que tratam, respectivamente, da situação econômica geral do país no momento e nos próximos seis meses.