Líder de spas em hotéis dribla crise e investe em expansão

No ano em que comemora o 18o aniversário, a Shishindo, maior rede brasileira de spas próprios em hotéis, anuncia nova composição societária e prepara um investimento de R$ 5 milhões em infraestrutura e reposicionamento. A meta é que o faturamento cresça de 20% a 25% a partir do final de 2016, segundo as estimativas dos novos gestores.

A empresa curitibana organiza a investida no mercado internacional, com a previsão de abrir spas na Costa Leste dos Estados Unidos, no Reino Unido e em países africanos de língua portuguesa. A experiência de saúde e bem estar desenvolvida pelo grupo atende hóspedes e clientes locais nas redes Pestana, Deville Prime, Radisson e Bourbon, além do hotel Blue Mountain em Campos do Jordão, totalizando 13 hotéis em dez cidades de oito estados.

“Nos próximos quatro anos, pretendemos expandir a rede em âmbito nacional e internacional, ao mesmo tempo em que melhoramos as margens operacionais e fortalecemos seu posicionamento”, diz o economista Leonardo Jianoti, um dos novos gestores, que liderou o processo de compra da empresa fundada pela imigrante sul-coreana Soon Hee Han.

A estratégia de sucessão foi desenhada pela CWB Capital, da qual Jianoti é sócio, com o objetivo de identificar investidores que buscassem diversificação de portfólio e um negócio com propósito nobre, aliando rentabilidade econômica com geração de impacto positivo para a sociedade.

Esse movimento gerou o encontro entre a família Dzierwa de Lima e Soon Hee Han, culminando na venda da companhia e numa aliança estratégica de crescimento do negócio para todo país. O controle societário hoje é exercido pelos sócios Lucas de Lima, sua irmã Isabela de Lima, e Leonardo Jianoti, assessorados pela CWB Capital. Os sócios têm assento no conselho juntamente com a antiga proprietária.

“Seus princípios e ramo estão alinhados com o que procuramos em nossos investimentos: empresas inovadoras que proporcionam um serviço criativo dentro de um segmento promissor”, explica o sócio e diretor executivo Lucas de Lima, jovem empreendedor que, após formação internacional e experiências no mercado financeiro, direcionou sua carreira para gestão de negócios de impacto. Além da Shishindo, Lucas possui investimentos na área imobiliária, tecnologia e entretenimento.

Hotelaria evolui

A projeção de crescimento da Shishindo está alinhada às perspectivas da hotelaria brasileira, setor que vem incorporando um público mais qualificado e oferecendo novas experiências em hospedagem, observa Jianoti. “Hotéis não são mais lugares de passagem, mas de vivência, de compartilhamento de experiências com o hóspede.”

O design de serviços se desdobra em ofertas adequadas a cada segmento. Nos hotéis urbanos, o menu do spa Shishindo foi adaptado para que o público encontre relaxamento e aumente sua produtividade. Nos hotéis de destino, como os resorts, a experiência familiar inclui terapias para todas as idades, incluindo tratamento para casais. Em algumas unidades, a Shishindo oferece pacotes para o dia dos noivos e festas infantis. “As crianças comemoram o aniversário no spa com os amigos. Nunca imaginei ter terapeutas treinadas para lidar com crianças, mas é uma forte tendência”, conta Jianoti.

Treinamento, aliás, é uma das linhas de investimento da rede para entregar ao cliente o melhor das terapias de relaxamento, estética e rejuvenescimento. O método terapêutico próprio, composto por rituais exclusivos, exige uma equipe capacitada e motivada. “A experiência de spa começa na recepção e passa pelo cheiro, pelas cores e pela música”, ensina Jianoti.

Retomada

O mercado do bem estar é, segundo o empresário, o último a sofrer com a crise e o primeiro a se recuperar dela. E essa circunstância tende a melhorar nos próximos anos entre as pessoas das classes A e B, público alvo do serviço de spa. “As pessoas estão se acostumando a manter esse investimento entre as suas prioridades. Somos as academias de ginástica de 20 anos atrás. Só temos a crescer num segmento que entrega muito mais do que apenas lucro. Ele entrega saúde e transforma positivamente a vida das pessoas.”

A Shishindo tem três projetos para inaugurar no segundo semestre do ano que vem, em novos hotéis que serão entregues pelas redes parceiras. A crise não desacelerou os planos da empresa. “Crise não é momento para frear, mas para rever posições e estratégia, e se fortalecer para a hora da retomada.” E isso deve ocorrer no início de 2017, projeta Jianoti.

Ele se apoia em três vetores: definição do cenário político e econômico para o Brasil, com os primeiros frutos do ajuste fiscal e monetário; clareza na política monetária nos Estados Unidos e um novo parâmetro de crescimento da economia chinesa.

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