Inovação social e microcrédito responsável surgem como estratégias para reduzir a exclusão financeira no Brasil
Apesar dos saltos na digitalização financeira e do sucesso do Pix, o Brasil ainda enfrenta um paradoxo: é referência mundial em inovação, mas ainda convive com uma exclusão bancária significativa. Segundo dados do Banco Central e estudos do setor, cerca de 20% dos adultos brasileiros continuam fora do sistema financeiro formal, o equivalente a dezenas de milhões de pessoas sem acesso pleno a conta, crédito ou poupança.
Para Rafa Cavalcanti (foto em destaque), CEO da CloQ, fintech de impacto social que auxilia brasileiros a construírem um histórico de crédito positivo, seguro e inclusivo por meio do nano-crédito, o desafio vai além de disponibilizar tecnologia. “A inclusão financeira verdadeira não é só sobre ter uma conta ou uma chave Pix. É sobre criar acesso a qualquer produto financeiro necessário: seja ele seguro, crédito, investimentos, previdência, permitindo que as pessoas ganhem autonomia dentro do sistema”, pontua.
Estudos indicam que a exclusão financeira no Brasil é resultado de um conjunto de fatores estruturais: informalidade no trabalho, falta de documentação, desconfiança nas instituições, além de produtos bancários que nem sempre dialogam com as realidades de renda e comportamento da base da pirâmide. Em muitas regiões do país, especialmente nas áreas rurais e periféricas, o dinheiro em espécie continua sendo o principal instrumento de troca e reserva de valor.
A CloQ atua com nano-empréstimos e soluções de nano-crédito voltadas a trabalhadores informais e pequenos empreendedores, combinando tecnologia, dados e educação financeira para ampliar o acesso de forma segura e sustentável. “Nosso foco é transformar o acesso em evolução. Cada nano-crédito liberado pode ser o início de uma jornada que muda a relação do usuário com o dinheiro e com o próprio futuro”, complementa Rafa.
O Pix revolucionou a forma como o país se relaciona com o dinheiro. O Brasil tem uma robusta infraestrutura tecnológica, agora precisa ampliar no que se refere à inclusão financeira. Criar soluções humanas e sustentáveis — como as criadas por fintechs de impacto social — capazes de transformar o que hoje é um paradoxo em um avanço coletivo.
“O Pix é uma aula de como o desenvolvimento de uma tecnologia complexa pode ser feito de forma tão simples, como o conceito de chave por CPF, por exemplo. Muitas pessoas não sabem usar uma conta bancária digital, mas sabem pedir e enviar Pix. Isso é inclusão financeira e esse é o caminho que a CloQ quer seguir”, finaliza.



