Tendências como open banking e Pix, por exemplo, são ferramentas que tornaram o segmento mais competitivo e aquecido
A crise econômica causada pelo coronavírus não abalou o setor de fintechs que, em 2020, viveu o seu melhor ano em termos de criação. Isso porque, segundo informações do relatório “2021 Global Fintech Rankings”, produzido pela Findexable e em parceria com a Mambu, plataforma SaaS em nuvem do setor bancário, obtivemos, no ano passado, uma grande expansão para as startups que atuam no setor bancário no mundo inteiro, mesmo com a pandemia. No caso da América Latina, o Brasil alcançou a primeira posição e tornou-se um dos grandes ecossistemas de fintechs mundiais – seguido pelo Uruguai e México – e ficou em 14º lugar no ranking global.
Um levantamento feito pela 100 Open Startups, plataforma líder na conexão de empresas e startups, aponta 1085 fintechs cadastradas, até o momento, no programa de inovação aberta, frente a 813 fintechs em 2020. Tendências como open banking e Pix, por exemplo, são ferramentas que tornaram o segmento mais competitivo e aquecido, mas que acabam sendo superadas pelo DNA inovador das fintechs que estão chegando ao mercado financeiro.
Exemplo disso é a Bankme, primeira fintech que cria e opera mini bancos para empresas, que chegou ao mercado com o objetivo de ressignificar o conceito de banco, contribuindo, assim, para a democratização do acesso ao crédito e lucrando longe dos bancos convencionais. “Criamos a Bankme para atender uma necessidade do setor, ao qual já vínhamos acompanhando há um tempo. Nossa proposta é capacitar empresas com faturamento, a partir de R$ 5 milhões ao mês, para que elas possam oferecer operações de crédito, como antecipação de recebíveis, empréstimos e financiamentos para seus próprios fornecedores, clientes e networking, em geral. Para isso, o time de especialistas da fintech cuida da abertura, operações e prospecção da carteira de fornecedores, disponibilizando à empresa uma plataforma digital para acompanhamento dos resultados”, diz Thiago Eik, CEO da Bankme.
Outra fintech que vem se destacando no mercado e carrega um DNA inovador é a INCO Investimentos. A plataforma de investimentos coletivos, que saiu do zero a R$ 40 milhões em três anos, tem o papel de conectar investidores “comuns” ao mercado de crowdfunding imobiliário com arrecadações a partir de mil reais. “No início, o ciclo do mercado imobiliário demanda muito capital. Dessa maneira, enxergamos uma oportunidade de descomplicar e democratizar toda a cadeia de investimentos. Com um baixo valor inicial, o usuário consegue apoiar novos empreendimentos com a garantia de recebimento de uma renda fixa de 13%. Outro diferencial é que temos uma análise criteriosa das ofertas disponibilizadas aos investidores. A taxa de aprovação dos projetos fica em torno de 7,5%”, diz Daniel Miari, cofundador da INCO. Ao todo, a plataforma já captou mais de R$111 milhões para o mercado imobiliário.
Inovar também é simplificar e otimizar as experiências, um exemplo são as novas maneiras de enviar dinheiro para o exterior, de forma prática e rápida. A fintech dolareasy®, permite a realização de transações seguras, menos burocráticas do que os bancos tradicionais e com um melhor custo-benefício. Além disso, tem como diferencial a operação com um serviço de Transferência Internacional Disponível (TID), que autoriza que as transferências sejam realizadas de forma semelhante a uma TED internacional, para mais de 40 países, com o dinheiro ficando disponível em até dois dias úteis. “A maioria das remessas é realizada para a manutenção de familiares, recebimento de auxílios, residência no exterior e turismo. Muitas pessoas não usam esse tipo de serviço porque nem imaginam que podem fazê-lo. Queremos eliminar as barreiras para que pessoas e PMEs brasileiras tenham uma presença financeira global”, comenta Milton Machado, fundador e CEO da fintech.