O cenário econômico brasileiro desafia empresas a buscar recuperação judicial como alternativa para superar dificuldades, mas isso não deve ser visto como sinônimo de fracasso.
O ano de 2023 tem mostrado como pequenas e grandes empresas vêm sofrendo com a economia inconstante, e as notícias recentes mostram que o Brasil é um desafio próprio a ser superado. SouthRock é a operadora de grandes nomes no país, como Starbucks e Subway, com 144 lojas ativas no total e 43 tendo os seus serviços encerrados. Após alegar dívidas de R$ 1,8 bilhão, a empresa informou que entrou com um pedido de recuperação judicial.
De acordo com Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, empresa com 15 anos de atuação em recuperação judicial e reestruturação, à medida que as empresas enfrentam desafios crescentes para prosperar em um ambiente econômico complexo, muitas se veem na necessidade de recorrer à recuperação judicial como uma ferramenta para superar os obstáculos e garantir um futuro sustentável. “A busca por essa solução reflete a crescente complexidade de crescer no Brasil, um país que oferece oportunidades, mas também desafios significativos para as empresas, principalmente após a pandemia”, completa o especialista.
A recuperação judicial, regulamentada pela Lei nº 11.101/2005, é um mecanismo legal que permite que empresas endividadas busquem proteção contra credores enquanto elaboram um plano de recuperação financeira para contornar a crise. Entretanto, essa decisão não é tomada de ânimo leve, e as razões por trás dela refletem os obstáculos enfrentados pelas empresas no país.
Ainda de acordo com Duek, o Brasil é uma nação com um grande potencial econômico, no entanto, diversos fatores têm tornado a expansão empresarial uma tarefa árdua para muitas organizações. Altas taxas de juros, uma complexa carga tributária, burocracia excessiva, instabilidade política, concorrência intensa e flutuações econômicas frequentes são apenas algumas das barreiras que as empresas enfrentam.
Medida necessária para manter a atividade
Diante desses desafios, a recuperação judicial se torna uma opção necessária para preservar empregos, proteger investimentos e manter a atividade econômica em curso. O futuro das empresas brasileiras dependerá da capacidade de superação e desdobramentos para prosperar novamente de forma sustentável.
É fundamental que as empresas e o governo trabalhem em conjunto para criar um ambiente mais favorável aos negócios, promovendo o crescimento econômico e a estabilidade. O país pós-pandemia tem sido tomado por notícias de falências e pedidos de recuperação judicial de pequenas, médias e grandes empresas.
Em última análise, o especialista Douglas Duek pontua que a dificuldade para uma empresa em crescer no país e a busca pela recuperação judicial são “reflexos do ambiente empresarial desafiador e solitário no Brasil”.
