Estamos enfrentando uma crise global muito séria que tem trazido grande instabilidade para o mercado financeiro. No mês de março, a bolsa de valores viveu momentos inéditos na história. O mecanismo de circuit breaker foi acionado seis vezes em apenas duas semanas. E a verdade é que não sabemos o que vem pela frente.
Muita gente tem me perguntado o que fazer com seu patrimônio nesse cenário. Qual a melhor estratégia, as melhores ações e os melhores investimentos para não perder dinheiro? Pela minha experiência em crises passadas, a decisão de comprar ou vender por mera especulação oferece muito mais risco do que possibilidade de ganho. Existe uma coisa que faz as pessoas perderem dinheiro muito mais do que a oscilação do mercado: a falta de paciência.
Há situações em que a melhor decisão é não fazer nada. Isso não significa ser passivo ou indeciso, mas sim fazer uma escolha consciente de que os riscos de tomar uma decisão errada são maiores do que os de não agir agora. Neste momento precisamos exercitar a resiliência e entender que esse tipo de oscilação acontece. Não é possível se defender no momento da queda. Você se defende antes dela, construindo uma estratégia de investimento balanceada e diversificada para atenuar as oscilações de curto prazo e proteger o patrimônio em momentos como esse.
O que importa agora pro investidor é ter a tranquilidade de uma carteira bem construída e diversificada, que em algum momento vai recuperar as perdas ocorridas no curto prazo. É preciso seguir uma estratégia consistente que protege do pior inimigo dos investidores: suas emoções. Disciplina e paciência são a chave para o sucesso nos investimentos. Essa é uma das lições mais importantes sobre investimentos. Muitas pessoas a desprezaram, mas agora estão sentido na pele a falta que isso faz.
O que acontece no curto prazo é irrelevante para quem tem uma boa estratégia, já que construímos as carteiras para minimizar as quedas (por mais agressivas que sejam) e, quando o mercado voltar a subir, potencializar os ganhos. Em uma carteira de investimentos diversificada, cada ativo é escolhido para complementar a função dos demais: a renda fixa serve para proteger seu capital; as ações brasileiras e internacionais buscam maximizar seu retorno; e os fundos multimercado servem para deixar sua carteira menos sujeita ao sobe e desce do mercado.
Está mais que comprovado que uma carteira construída de forma objetiva e focada no longo prazo entrega melhores retornos. A questão é que essa é uma visão contrária ao mercado, que estimula a compra e venda constante de ativos já que as corretoras e bancos só ganham dinheiro quando você compra e vende ativos. Meu melhor conselho é: resista à tentação de tentar adivinhar para onde vai o mercado. Certifique-se de que sua carteira está bem construída e mantenha a calma frente às oscilações. Não sabemos quando, mas assim como a pandemia, a crise também vai passar.
* Luciano Tavares é fundador e CEO da Magnetis e acredita na tecnologia como solução para melhorar e democratizar a gestão de investimentos. Administrador de carteiras credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e planejador financeiro CFP®, Luciano tem mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Ao longo de sua carreira, fundou a gestora de fundos Nest Investimentos e foi vice-presidente da Merrill Lynch no Brasil. É administrador formado pela Fundação Getúlio Vargas (1995) e tem mestrado em Engenharia Financeira pela Poli-USP (2009). Também está à frente da Napkn Ventures, que criou para realizar investimentos em startups de tecnologia.
Sobre a Magnetis
A Magnetis é a primeira gestora de investimentos digital fundada no Brasil. Desde 2015, usa a tecnologia para ajudar as pessoas a investir no que importa, oferecendo a melhor rentabilidade ajustada ao perfil de cada cliente. Com algoritmos que escolhem as melhores carteiras e um time de consultores sempre à disposição, já montou mais de 300 mil planos de investimento e tem mais de R$ 400 milhões sob gestão. Foi vencedora do prêmio Fintech Awards Latam em 2017, na categoria modelo de negócios. É parceira da Julius Baer Family Office, subsidiária do grupo suíço Julius Baer e maior gestora independente de patrimônio de alta renda no Brasil, e da Easynvest, maior plataforma independente de investimentos do Brasil.