A resposta imediata é não. Temos como exemplos recentes as ações da OGX e da Petrobras.
A primeira coisa que devemos olhar em uma empresa são os seus resultados financeiros, analisando com cuidado e atenção o seu endividamento, para avaliar o nicho da empresa e seu potencial de crescimento diante do cenário traçado de curto a médio prazo.
O exemplo de OGX é emblemático, a ação chegou a ultrapassar o valor de R$ 20,00, mas com a decepção dos poços perfurados a ação teve uma queda dramática alcançando o patamar de R$ 2,00. Esta queda trouxe para compra um grande grupo de novos investidores acreditando apenas no preço, porém, o ambiente para a empresa já havia mudado drasticamente. Com as portas fechadas para novas captações, a queda acentuada da cotação do petróleo e problemas nas outras empresas do acionista principal, no momento em que escrevo este artigo a ação está sendo negociada a R$ 0,07 (15 de dezembro de 2014).
A Petrobras é outro grande exemplo, a ação caiu de R$ 22,00 para R$ 10,00 e trouxe mais uma vez novos compradores para o papel e vários questionamentos de nossos clientes sobre a oportunidade de compra da ação, entretanto, nossa resposta continua sendo de não comprar a ação, vamos aos motivos:
– O preço internacional da cotação do petróleo não para de cair atingindo um valor abaixo de U$ 60,00 o barril;
– Todo dia temos novas notícias relacionadas aos escândalos da empresa;
– O mercado de captação externa está fechado e o endividamento da empresa já superou o limite aceitável.
Como conclusão, devemos olhar todos os múltiplos da empresa, bem como o seu ambiente econômico no médio e longo prazo, seu nível de endividamento e nunca usar somente o preço como argumento de compra, visto que se a empresa toma medidas equivocadas ou o seu ambiente se tornar adverso, ela continuará numa tendência negativa.