Startup brasileira lança método híbrido de educação empreendedora para jovens

Com o ano desafiador devido à pandemia do Covid-19, a empresa Plano A desenvolveu uma metodologia voltada para empreendedorismo e que une teste comportamental com avaliação psicológica dos alunos da Geração Z. Cesar de Aquino e Natalia Rotta Rampazzo, pai e filha e fundadores da empresa, desenvolveram a Plano A. Academy. A proposta é oferecer um conjunto de soluções inovadoras voltadas para as escolas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio e Técnico que buscam desenvolver seus alunos e professores por meio da educação empreendedora. O alvo são os jovens da “Geração Z”, a partir de 13 anos.

Natalia Rotta destaca que a empresa é uma startup brasileira que atua voltada para o ensino, desenvolvimento, capacitação e acompanhamento de pessoas. “Auxiliar pessoas na construção de novas perspectivas e resultados, faz parte dos nossos valores”, destaca Natalia, que complementa: “Com o ano atípico de 2020, que exigiu soluções rápidas para o mercado de trabalho e educacional, passamos a investir no Projeto ZStartup e criamos uma identidade EdTech, ajustando às necessidades do momento”.

Somado a isso, a estrutura da empresa está baseada no empreendedorismo feminino (90% da equipe é formada por mulheres). “Direcionamos nosso projeto com base na inovação e, principalmente, com dados reais da mãe, mulher e empreendedora, que realmente tem a preocupação em impactar o ensino de maneira significativa, tornando-o uma experiência positiva e de resultados. Natália foi uma adolescente, como muitos, que teve conflitos dentro da sala de aula, o que a levou hoje a pensar em como despertar o real interesse desta faixa etária para os estudos”, declara Cesar de Aquino. Outro fator que influenciou no foco da Plano A, foi a experiência positiva da Natalia com o Método DISC, que tem como base a identificação de traços comportamentais predominantes em cada indivíduo. Fora isso, a empresária tem um filho de 15 anos, o que ajudou a estabelecer o perfil do negócio da Plano A.

Nesse cenário, a empresa se consolidou com o olhar voltado para área de Edtech e a construção dos diferenciais da empresa, de acordo com Natalia Rotta, nasceu da ideia de somar o teste comportamental com a avaliação psicológica e aplicar em aula. “Fomos descobrindo formatos de introdução, dificuldades das escolas relacionadas a como se adequar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e desenvolvimento de competências. Com a pandemia do Covid-19, nos colocamos no lugar dos professores, reconhecendo o desafio de ensinar online e a necessidade de quebrar paradigmas em tempo recorde”, explica a diretora da Plano A.

Levando em conta tudo isso, os treinamentos da empresa são em formato híbrido, ou seja, presencial e online. Vale destacar, o impacto das “Metodologias Ativas” na Geração Z, que foi considerado para a criação das soluções, uma vez que deixam esses jovens num papel maior de protagonistas dentro do processo de aprendizagem. “A ideia é direcionar este protagonismo por meio de ferramentas comportamentais e psicológicas, trazendo benefícios significativos no processo de compreender e ensinar”, afirma Natalia.

Metodologia  – A metodologia de ensino da Plano A.Academy usa Técnicas Ativas de Ensino como:

Sala de aula invertida – O estudante tem acesso ao conteúdo antes da aula na qual o tema será abordado, podendo estudá-lo por conta própria, levantando questionamentos que possam ser levados para a posterior discussão com o professor e os colegas. Dessa forma, os conteúdos básicos são estudados previamente e contam com o apoio de vídeos, textos e até mesmo games.

Resolução de Problemas – São colocadas em pauta, situações desafiadoras através de SDs (Situações Didáticas) que exigem a participação de todos para ser solucionada. Os alunos utilizam a tecnologia e demais recursos disponibilizados para investigar e solucionar um problema. Já o professor ou mentor monitora as atividades e colabora com as reflexões, mas sem tirar o protagonismo dos estudantes.

Estudos de caso – Semelhantes aos problemas, porém abordam situações reais. O professor ou o mentor apresenta essas situações para que os alunos façam uma análise baseada nos conhecimentos adquiridos.

Desenvolvimento de Projetos – Enquanto a resolução de problemas e estudos de casos se limitam ao campo teórico, a aprendizagem, por meio de projetos, é exercida na prática. O professor ou o mentor permite que os alunos encontrem as soluções por si mesmas, enquanto fixa a disposição para indicar pontos de erros e acertos e feedbacks construtivos.

Resultados  – “Com a introdução de situações didáticas e marcações de ponto de atenção do professor e das escolas, identificamos possíveis desvios e conflitos previamente, quando o jovem aluno é conduzido a sair da zona de conforto. Assim é possível ajudar aquele aluno com determinado perfil comportamental a reconhecer alguma habilidade, trabalhar melhor com algum conflito ou resolvê-lo”, conta Natalia. Ela explica que no trabalho em equipe, por exemplo, a formação do grupo busca dar o espaço ajustado para o jovem aluno que integra este grupo para exercer suas tarefas e somar à equipe. Os ganhos são autoconhecimento, auto-estima e empatia quase que de imediato.

Zstartup Experience na Prática – Com o sistema pronto, foi a hora da Plano A colocar a ferramenta para rodar: “utilizamos os conceitos de “MVP” (Produto Minimamente Viável – muito utilizados pelas startups) para lançar e testar o projeto ZStartup Experience”, informa Natalia Rotta. O resultado nós vamos contar aqui através de alguns depoimentos como o da estudante Nicolle Cassiano, de 13 anos, faixa etária alvo da empresa: “eu participei do melhor projeto que já tive e adorei todas suas etapas, pois tivemos muita explicação para não ficar com dúvidas. Eu aprendi sobre ter um projeto, como ter ideias para isso, como montar e várias outras coisas. Espero, agora, aprender cada vez mais e ter novas ideias para criar um projeto próprio, no qual eu possa seguir para a minha vida toda”.

A mãe de Nicolle, Monaliza Cassiano, compartilha da opinião da filha e aprova a experiência: “minha filha Nicolle nunca gostou de estudar e sempre tivemos dificuldades ao longo dos anos. Fazendo o curso da Plano A, seu interesse foi diferente, algo despertou nela, garanto que nunca vi a Nicolle tão interessada com os estudos! Todos os dias ela falava sobre as atividades, planejava a melhor forma de executar as tarefas solicitadas e as realizava com excelência. Nicolle foi super comprometida com o curso e tenho certeza que isto só ocorreu porque a metodologia usada soube buscar nela suas qualidades e despertou aptidões que nem mesmo nós pais sabíamos”.

O estudante Gabriel Carlos da Silva, de 15 anos, segue na mesma linha, contando que para ele foi uma experiência bem interessante: “aprendi algumas coisas a mais de economia como a diferença de poupar e economizar, descobri o que é uma startup e porque ela é um pouco diferenciada de uma empresa padrão. Todas as minhas ideias foram ouvidas e consegui criar algumas coisas melhores do que eu já fazia antes”, declara.

Nesse contexto, a coordenadora pedagógica que acompanhou o curso, Larissa Farina Barragan, destaca que foi possível notar que o ponto forte do projeto consiste na abordagem que parte da identificação das fragilidades dos estudantes com intuito de desenvolver suas potencialidades, embasando-se no perfil comportamental e psicológico de cada um. “Para o professor, o foco é a disponibilização de uma ferramenta de apoio que visa auxiliá-lo na integração dos alunos e trabalho em sala de aula virtual ou presencial” (Ilustração abaixo). Segundo ela, as aulas são ministradas de forma dinâmica e colaborativa, trabalham situações didáticas fortalecendo o aprendizado, despertando o interesse e motivando os adolescentes na busca pelo conhecimento e aperfeiçoamento em diversas áreas. “Trata-se de um projeto que valoriza as diferentes habilidades e competências, além de trazer resultados visíveis, especialmente na desenvoltura e evolução dos alunos ao final do processo”, afirma.

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