Para três idealizadores de edtechs que atuam com o objetivo de apresentar soluções de apoio ao aprendizado, o uso de soluções digitais fortalece a dinâmica entre alunos e docentes e ajuda diretamente na melhoria do desempenho
As questões sócio-econômicas refletidas em problemas como o déficit educacional, agravado na pandemia, também chegam para afirmar e/ou rebater outra realidade igualmente intensificada: o uso da tecnologia nas escolas representa ganhos para o ensino. De acordo com o VII Estudo Global sobre o uso da tecnologia na educação – relatório Brasil 2022, realizada pela BlinkLearning – 80% dos professores no Brasil consideram o uso da tecnologia como um fator de melhoria nos níveis de motivação dos estudantes.
No entanto, a falta de dispositivos suficientes é o principal desafio ao uso de novas soluções em sala de aula para 73% dos docentes escutados. O levantamento ouviu aproximadamente 43 mil professores de todo o país, entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano. Já para especialistas da área, o setor passou por uma grande transformação nos últimos anos com os desafios do distanciamento social e das aulas remotas durante a pandemia, o que trouxe uma enorme necessidade de novas soluções em tecnologia para atender a esta demanda.
Para Bárbara Teixeira, professora e consultora educacional da edtech ProUser Apps, focada no desenvolvimento, produção de conteúdo e distribuição de aplicativos na área de educação, a tecnologia tem o poder de catalisar e amplificar o conhecimento. “Acreditamos no poder da tecnologia como catalisador, que agrega os ensinamentos da sala de aula e amplifica, garantindo, por exemplo, que materiais importantes e atualizados sejam disponibilizados facilmente aos discentes. A modalidade remota de ensino costuma permitir maior dinamização nas relações aluno-professor e aluno-aluno”, analisa a especialista.
No que diz respeito aos estudantes, o levantamento indica que 86% afirmaram já usar algum tipo de material digital nas aulas, principalmente, como apoio (64%). Outro recorte é que de 10 centros educacionais, seis utilizaram, de alguma maneira, a tecnologia nas salas de aula. “Com os avanços tecnológicos percebidos nas últimas décadas, para alcançar resultados mais satisfatórios em relação ao processo de ensino-aprendizado, é necessário que o espaço escolar se aproprie das soluções digitais disponíveis como apps de estudo”, explica Bárbara.
Aprendizado em tempo real
Segundo Jan Krutzinna, CEO e fundador da ChatClass, edtech que usa Inteligência Artificial para capacitação e ensino via chabot por WhatsApp e Instagram, o ensino remoto possibilita o uso de pílulas de conhecimento via ferramentas de conversação, quizzes e conteúdo gamificado.
“Para tornar a experiência de aprendizagem mais eficaz, a Inteligência Artificial consegue fornecer feedbacks instantâneos e personalizados para cada aluno, o que os ajuda a corrigir os erros e aprender com eles imediatamente”, explica o CEO.
Gestão automatizada e 360°
Através da gestão escolar automatizada, os gestores podem focar na educação e em ações que usem a tecnologia a favor da escola. Com o avanço dos recursos tecnológicos, é importante relacionar o uso das ferramentas educacionais fora da instituição, atraindo e retendo a atenção dos alunos e agregando na rotina dos estudantes.
Felipe Ferreira, CEO da Proesc, edtech amapaense que desenvolve soluções inovadoras de gestão para instituições de ensino, afirma que o investimento em tecnologia é a chave para uma educação de qualidade. “Através da gestão 360º e com o auxílio da tecnologia, esses líderes podem ir contra a estatística da evasão e baixo desempenho dos alunos e achar soluções para melhorar o clima educacional. Quem investe nesse tipo de tecnologia, estará à frente do ensino de qualidade”.