Uma pesquisa com 700 pessoas, realizada pela DogHero, mostra que 94% dos entrevistados gostariam de poder levar seu cão ao local de trabalho. Além disso, até mesmo quem não tem um animal de estimação gostou da ideia, pois acreditam que trabalhar em um espaço aberto para os pets e conviver com os bichinhos diariamente deixa o clima mais leve e amistoso.
O especialista em comportamento animal e proprietário da ComportPet Cleber Santos explica que os pets podem ajudar a reduzir o estresse na empresa. “Os cães também promovem mais interação entre a equipe, além de serem capazes de melhorar o humor dos funcionários. Mas, se você tem um pet e deseja levá-lo para a empresa onde trabalha, é sempre necessário tomar alguns cuidados”, enfatiza.
Abaixo, Cleber lista dicas para que o ambiente de trabalho pet friendly seja harmonioso:
1. Siga as regras da empresa
É importante que, antes de levar seu pet para o escritório, você conheça bem as regras que precisam ser seguidas. Dessa forma, a relação entre o cão, colegas e pessoas que frequentam o local será mais fácil e confortável.
“Quando um tutor vai levar o pet ao trabalho deve se certificar de que ele é treinado para fazer as necessidades no local determinado, ou deve levar o cão para fazer as necessidades, nos horários corretos. Se essa regra não for seguida, o pet pode acabar fazendo xixi ou cocô dentro da empresa, ou ficará ansioso, podendo atrapalhar todos que trabalham ao redor”, explica.
2. Prepare-se junto ao seu pet
Para frequentar um local de trabalho, a preparação não deve ser somente do pet, mas também do tutor. Não é porque o local é pet friendly que o cachorro poderá fazer o que quer a todo momento. “Se isso acontecer, ele não terá um bom convívio com as pessoas que trabalham no mesmo ambiente”, alerta.
Para Cleber, o dono do cão precisa levar em consideração que o local pet friendly também é frequentado por outras pessoas que podem não gostar tanto de cães quanto ele. “Por isso, é importante ter uma série de cuidados para que o animal se comporte, seja sociável, e o local continue sendo pet friendly”, defende o especialista.
3. Tenha cuidado com a higiene
É importante que o tutor leve alguns itens necessários para a higiene do pet, como tapetes higiênicos e sacos plásticos. Além disso, se o cão solta muito pêlo, é bom ficar de olho para que os cômodos da empresa não fiquem cobertos de pêlos, e as reclamações acabem aparecendo depois.
“Outro ponto que pode ser levantado são os potes com ração e água. É sempre bom que o tutor leve os do próprio cão, para o caso de não haver potes suficientes disponíveis no ambiente de trabalho, além de ser algo que irá ajudar o pet a se familiarizar com o lugar”, diz.
4. Treine o pet em casa
Para ficar em um espaço onde há outras pessoas, o cão precisa ter autocontrole. Para isso, Cleber indica dois exercícios simples: fazer o cachorro sentar e fazer o cachorro ficar (comandos ‘senta’ e ‘fica’). O tutor pode treinar o pet de diversas formas, habituando o cão a estar na coleira por bastante tempo e ao seu lado, enquanto ele está focado em outra atividade.
“É possível treinar quando o tutor estiver trabalhando ou assistindo a uma série. O importante é ensinar o cachorro a ficar do seu lado – seja sentado ou deitado – enquanto o dono está focado em outra atividade, até que ele aprenda a esperar o dono, sem latir e sem roer nada”, ensina Cleber.
5. Distraia o seu cão
Outra dica interessante é levar alguns brinquedos que o cão possa usar para se distrair. “Sempre indico brinquedos educativos, ou que possam ter comida dentro, que são uma boa escolha. Assim, o pet vai estar mordendo e roendo o brinquedo, ficando menos ansioso com as coisas que estão ao seu redor”.
“Enquanto o cachorro estiver distraído com esses brinquedos, ele não irá latir, nem vai ficar tentando chamar a atenção do seu tutor ou de outros que estão em volta, evitando que causa incômodo entre os colegas”, finaliza.
Cleber Santos é especialista em comportamento animal, atua como adestrador de cães há 12 anos, quando cuidava do canil de treinamento durante o serviço militar. Trabalhou para grandes canis do interior de São Paulo, treinando cães de policiais de todo o Brasil. Além da experiência profissional, fez diversos cursos, estágios e especializações, inclusive em outros países – Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile e Alemanha. Desde 2010, está também à frente da ComportPet, centro que oferece consultoria comportamental, adestramento e serviços de hotelaria e creche, além de atendimento veterinário, estética animal e terapias alternativas para pets, como a musicoterapia. É um dos únicos profissionais do Brasil que também adestra gatos, e vem sendo requisitado como adestrador de pets de famosos, entre eles o DJ Alok.