5 efeitos do Coronavírus no ecossistema de startups

O mundo está vivendo um momento de extrema incerteza por conta da epidemia causada pela nova mutação do coronavírus, intitulada como COVID-19. Os casos, que começaram na China, rapidamente se espalharam pela Ásia e agora já estão em praticamente todos os continentes.

Sabemos que o maior e pior efeito é o das fatalidades causadas pela doença. Porém, existe outra preocupação que tem tirado o sono de executivos no mundo todo e também dos governos que têm sentido na pele os “efeitos colaterais” na economia, no hábito de vida das pessoas e nas relações institucionais entre os países.

E com as startups não é diferente. Para mostrar o impacto deste vírus no ambiente de inovação, listamos alguns possíveis efeitos causados em decorrência do coronavírus. Alguns já estão acontecendo no ecossistema das startups e nem todos são negativos, mas é importante estar atento a eles.

1- Alteração no preço de eletrônicos

Boa parte de equipamentos e componentes eletrônicos são importados da China. Portanto, a queda na produção e/ou demora nas entregas em curto prazo são esperados. Com a contenção dos casos de Coronavírus no país, a situação pode ser transitória que se corrigirá em poucos meses, mas as startups que dependem disso podem sentir o impacto em suas operações.

2 – Cancelamento de eventos para startups

Ao longo de fevereiro e março, vários eventos do mundo foram cancelados ou adiados para evitar a aglomeração de pessoas, como o SWSX (South by Southwest), Dell Technologies World e até alguns eventos pré-olímpicos precisaram ser adiados. Aqui no Brasil, o caso mais recente foi o cancelamento do Women Will, promovido pelo Google, que reuniria mais de 10 mil mulheres para falar de liderança feminina nas empresas. É de se esperar que o mesmo aconteça com os eventos do ecossistema de startups. Esses eventos em geral tem o intuito de aproximar startups de investidores ou grandes clientes, portanto, qualquer cancelamento pode prejudicar uma startup que dependia naquele momento desse tipo de networking.

3 – Queda dos investimentos de grandes empresas

Hoje, estamos vivendo no país um bom momento da relação entre startups e grandes empresas. No entanto, os recursos disponíveis para essa interação ainda são escassos dentro das grandes companhias, além de concorrerem com outros departamentos vistos como prioritários. Em tempos de crise e quando os recursos minguam, essas empresas adiam ou cancelam esse tipo de investimento. Diferente dos outros dois pontos acima, essa é uma situação que não começa imediatamente, mas que também pode demorar mais para ser solucionada.

4 – Novos espaços abertos por falências

Na prática, diversos mercados tem sofrido muito com a crise do Coronavírus. O setor da aviação por exemplo já experimenta quedas na procura de passagens em alguns países, inclusive decretando a falência de algumas companhias aéreas. Os setores de eventos e hotelaria enfrentam problemas de devolução de dinheiro e/ou cancelamentos futuros. A queda de negócios nesses e em outros setores pode impactar negativamente as startups que atuam diretamente no mesmo ramo. Mas com a estratégia correta, as startups dos setores afetados podem aproveitar os gaps gerados pelas empresas tradicionais do mercado. Startups são notoriamente mais rápidas para se adaptarem em situações adversas e por isso tem conseguem aproveitar isso para ganhar espaço, modificar a sua linha de atuação ou verticalizar no seu setor.

5 – Aumento na demanda por tecnologia

Toda vez que uma crise surge, a inovação ganha espaço. A necessidade de novas soluções que um problema trás são o motor do desenvolvimento. Por exemplo: a cada greve de bancários, aumenta o número de clientes que abandonam as agências físicas e aderem ao internet banking ou às fintechs. Em curto prazo, ferramentas de comunicação remota ganham força com mais trabalhadores experimentando o home office. Em médio prazo, soluções de gestão automatizadas e baseadas em dados podem se tornar cada vez mais necessárias para as empresas.

É importante lembrar que o setor de atuação da sua startup determina se estes e outros efeitos serão maiores ou menores. O tempo de duração com a crise do Coronavírus também influenciará nas consequências em seus negócios e é difícil prever quanto tempo vai durar. Mas o mais importante é lembrar que com toda crise surgem oportunidades, cabe a você formas de aproveitá-las.

*Pedro Teixeira é cofundador e Diretor de Aceleração na Troposlab.

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